quarta-feira, 25 de julho de 2007

NOTICIA IMPORTANTE

Em meio a toda essa polemica das datas do consulado recebi hoje uma ligação importantissima da IE.

Atenção! Prestem bem atenção! Estão sentados? Se não estiverem, sentem-se

Lembra que o consulado iria exigir retorno nas datas das férias? Lembrou? Agora esqueça!!!! Isso mesmo. O consulado voltou atrás devido a pressões do sponsor, dos empregadores, da agência... Agora TODOS os estudantes que estiverem aplicando para o visto J-1 terão seu visto concecido até 15 de Março SEM precisar comprovar férias até essa data. Não, não é piada. Não, não é primeiro de Abril. A IE está atualmente ligando para os clientes para informar essa novidade!

Segue o trecho do email que confirma essa noticia

"Por último, aviso a todos vocês de uma mudança que sem dúvida será muito bem recebida por vocês, pelos empregadores e pelos alunos. Depois da reunião, recebemos vários emails argumentando a nova regra que exigia que os alunos voltassem no começo das aulas. Neste ano, a data que será exigida a todos é 15 de março, apesar de muitas faculdades começarem suas aulas em fevereiro. Sugiro que considerem este ano como um ano de transição."

Então hora de sair pra comemorar. E desculpem qualquer erro gramatical ou falta de qualidade no texto. A emoção e a felicidade estão tomando conta do meu ser!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Email? Do Consulado? SIMMM! E vc?

E hoje faz-se historia... Ao menos aqui para o blog. Ineditamente, posto algo acontecido hoje mesmo. E dessa vez não vou dar uma de politica e prometer postar mais. Posto quando der... E imploro perdão até lá! :)

Confesso que faz uma semana que não leio comunidades do orkut. Shame on me. Estou completamente por fora dos recentes acontecidos. Não saberia sobre as entrevistas do consulado sendo marcada não fossem por amigos empolgados e comunicativos. Uns dois já vieram me falar, felizes da vida, que suas entrevistas no consulado tinham sido marcadas. Fico alegre por eles, festejo e anoto mentalmente "enviar DSs para a IE". Eu sei, estou relapsa. Isso de trabalhar interfere no WE. Mas como eu também quero uma entrevista só para mim, resolvo-me a mandar essa semana.

Bela manhã (praticamente tarde) de quarta-feira, no msn, conversando com um amigo e fellow intercambista, quando o seguinte dialogo acontece:

- Você já recebeu o e-mail?
- E-mail de que?
- Do consulado
- Ainda não... Tenho que mandar meus DS. rssss
- Mas eu não mandeeeei. Não precisa de mandar os dsss. Olhe no spam do seu email.
- Então... Então... Vou olhar.

E fui mesmo. Entre as centanas de spam do meu emailzito lindo, perdido entre anuncios de premios de loterias ganhos (ah, quem dera) e pilulas para melhorar o desempenho sexual (sexo errado, honeys), eu vejo... Contato Visto Online - Informações sobre o agendamento.

Abro o e-mail ansiosamente... E lá está a data mágica. A data da verdade. O dia em que eu vou saber se vou para os Estados Unidos ou para um hospital, em consequencia do colapso nervoso provocado pela negativa (dramática nada a menina, não acham?). Recife aí vou eu.... dia 24 de setembro às 10h da manhã!

Então fica aqui o conselho. Olhem seus spams! Seu e-mail do consulado deve estar lá. E fica também a promessa. Dia 24 ou 25 eu posto o resultado da entrevista!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Respeito ao trabalho


__O pagamento mínimo praticado em Big Sky é de US$ 7,25 por hora trabalhada. Em outras partes dos Estados Unidos, esse valor cai para até US$ 5,15. Alguém que trabalha 21 dias por mês, 8 horas por dia, ganha US$ 865,20, o que equivale a 1643,88 reais. Só há uma situação em que uma empresa pode pagar menos do que o equivalente a 1643,88 reais mensais a um trabalhador na terra do Tio Sam, que é quando um empregado exerce uma atividade tradicionalmente remunerada por gorjetas, caso dos atendentes de bar e restaurante e dos camareiros de hotel. Como as gorjetas são altas e vêm em grande quantidade, esses trabalhadores ganham muito mais do que a remuneração mínima estabelecida por lei.
__A maior parte dos intercambistas com quem convivi chama essa remuneração mínima americana, maior do que quatro salários mínimos brasileiros, de respeito ao trabalho. Eles entendem que, nos Estados Unidos, dá-se muito mais respeito a um faxineiro do que se dá no Brasil, e que essa é a razão do pagamento mínimo de 1643,88 reais mensais. Eu discordo dessa posição.
__Trabalhei nos Estados Unidos por quatro meses e viajei por dois meses. Não me lembro de ter percebido esse respeito maior pelas profissões em relação ao Brasil. Vi os faxineiros recebendo dos seus chefes o mesmo tratamento que recebem aqui. Fui colega de muitos deles no Big Sky Resort. Vi os visitantes do resort xingando os recepcionistas de incompetentes também da mesma forma como sempre vi na minha terra. Um gerente me contou risonho e orgulhoso sobre a subordinada com quem acabara de gritar e fizera chorar . Ainda vi gerentes gerais sendo tratados com desrespeito sem tamanho por consumidores. Quero relatar dois casos que presenciei para evidenciar meu ponto de vista.
__Depois que os visitantes do resort compram um ingresso para esquiar, eles dirigem-se a um teleférico para subir alguma montanha. Na entrada do teleférico, os ingressos das pessoas precisam ser checados por um funcionário que usa um leitor de código de barras. Como os empregados checam centenas de ingressos por dia, eles não são capazes de se lembrar dos rostos dos visitantes que acessam um mesmo teleférico mais de uma vez, o que obriga esses empregados a checar vários ingressos mais de uma vez. Certo dia, um pai se irritou com uma empregada que quis checar duas vezes o ingresso do seu filho. Foi com a criança até a bilheteria para falar com o superior da trabalhadora, que também era o meu superior e era o gerente do serviço de atendimento ao cliente para ingressos.
__O pai fez questão de não se comportar respeitosamente. Entrou na bilheteria batendo nas mesas e nas paredes de madeira, gritando e alardeando sua raiva e sua insatisfação com a estação de esqui. Embora o gerente não tenha levantado a voz, o cliente gritava cada vez mais alto. Seu ataque mais nojento foi esse:
__-Você tem segundo grau? Eu sou doutor!
__Também teve a vez em que um hóspede bateu boca com a gerente do hotel em que eu trabalhava. O visitante era proprietário de um dos quartos do hotel. Esse quarto poderia ser usado por qualquer hóspede a qualquer época do ano, mas deveria ser reservado com antecedência para os seus proprietários quando estes quisessem usá-lo. Por um erro da administração, o quarto em questão estava sendo usado por um outro hóspede quando os proprietários, um casal de 40 anos, chegaram no hotel.
__Primeiramente, o gerente da recepção explicou respeitosamente o problema para os proprietários assim que eles apareceram para o check in, e disse que a gerência já estava trabalhando numa solução rápida. A mulher tirou o ar dos pulmões para enchê-los com arrogância e dizer:
__-Eu quero falar com o seu superior!
__Veio a gerente do hotel para a recepção. Conhecida por sua calma, simpatia, educação e carisma, ela explicou suavemente e com sincero pesar o erro cometido pelos funcionários, pediu perdão e também prometeu uma solução rápida. Então foi o homem quem tentou chamar a atenção do mundo para si. Ele gritou, para que todos ao redor pudessem calcular quanto dinheiro ele havia acumulado ao longo da sua vida:
__-Eu não paguei meio milhão de dólares nesse quarto para passar por isso!
__A mulher voltou a falar:
__-Mais de meio milhão! Queremos falar com o seu superior. Você é a gerente do hotel? Não é possível que não tenha ninguém acima de você com quem eu possa falar!
__Não caberiam aqui todas as histórias sobre os chefes de alguns serviços do resort que não conhecem as expressões "obrigado" e "por favor"; das vezes em que clientes debochavam dos erros cometidos por empregados ou da sua falta de habilidade com o inglês e das vezes em que o empregado dizia ter ordens para não realizar determinada alteração de datas de reservas de quarto de hotel ou valores de ingressos e o cliente xingava o trabalhador de preguiçoso que inventa desculpas para não fazer o que deve.
__Minha opinião vem desses episódios aos quais assisti diariamente por seis meses. Chefes e clientes que adoram colocar o dedo na cara do empregado e envergonhá-lo quando ele está trabalhando honestamente e tentando dar o seu melhor marcam os dias dos trabalhadores americanos, da mesma forma que acontece no Brasil todos os dias.
__Se não há maior respeito pelo trabalho nos EUA, porque o pagamento é tão alto para atividades que no Brasil são tão mal remuneradas?
__A resposta está no balanço entre oferta e procura de mão-de-obra. Placas chamativas onde se lê "contratando" estão espalhadas pelas áreas de comércio e de serviço das pequenas e grandes cidades americanas. Tendo tantas opções de emprego, cidadãos só aceitam trabalhos pesados se for para ganhar bem. No desespero para gastar menos com empregados, os cassinos, estações de esqui, hotéis e lojas de conveniência "importam" trabalhadores jovens, os intercambistas, para serviço temporário. Nesse tipo de emprego, os intercambistas são pagos como nunca foram antes nos seus países com menor vigor econômico, mas não por uma questão de respeito ao trabalho, e sim em função da escassez de trabalhadores na região do empregador americano.
__Reconheci o ato de dar gorjeta como demonstração de respeito até pouco tempo atrás. Uma conversa com uma amiga americana me fez rever esse conceito. Estávamos num metrô de Nova Iorque quando vi uma oferta de emprego estampada perto do teto. A placa dizia que, além do salário, o trabalhador ganharia tips, palavra inglesa para gorjetas. Do lado do anúncio em inglês, vi o mesmo anúncio em espanhol, que traduzia a palavra tips como propinas. Comentei com a minha amiga:
__-Aquela palavra em espanhol ali no anúncio, propinas, significa algo como "suborno" em português. É quando você paga alguém para fazer algo desonesto.
__Ela nem pensou para responder:
__-No fundo é tudo a mesma coisa. A gorjeta é um suborno. Você dá uma gorjeta para ser bem atendido, sendo que deveriam tratar todos bem, com ou sem gorjeta.
__Não sei até onde essa opinião da minha amiga representa a opinião geral dos "gorjetistas" americanos. Mas, se é assim que os americanos vêem a gorjeta, como um suborno, ela com certeza não representa respeito ao trabalho. A gorjeta vista assim se parece mais com a nota de um real que os proprietários de carro dão aos meninos das ruas para que não risquem seus carros, ou com as moedas dadas aos limpadores de vidro dos semáforos, para que eles não coloquem a cabeça na janela e intimidem o motorista com um olhar agressivo.
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