quinta-feira, 27 de setembro de 2007

More good news

E hoje foi mais um dia de entrevistas no consulado de Recife... E novamente, todos aprovados. Dessa vez foram 5. Parabéns a todos que conseguiram o visto e que isso sirva de tranquilizante para os próximos :)

E meu visto chegou!!!!! Tão lindinho o visto americano colado no passaporte. Tão colorido... ^^

Vale relembrar. Quando forem pegar o visto ou ele chegar pelo SEDEX, lembrem-se de NÃO abrir em hipótese nenhuma o envelope que vem grampeado no passaporte. Só quem pode abrí-lo é a Imigração americana.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Relax people!!!!

Várias pessoas já vieram comentar comigo sobre como estão nervosas com a entrevista do visto e que ficaram mais nervosas ainda depois de ler o post.

Primeiramente desculpas pelo nervosismo causado :). Não era minha intenção, eu juro!!!! Depois... CALMA! Relaxem! Eu sei que o que está em jogo são longos planos, mas CALMA, vai dar tudo certo. Foi super tranquila a entrevista. Foi em inglês, sim, mas um inglês fácil de entender e eles sabem que estamos todos nervosos. Americanos não são extraterrestres. São iguais a brasileiros. Tem uns chatos, mas tem uns bem simpáticos.

Então fica a dica, plagiando nossa excelentissima ministra. Relaxem e gozem. We're going to USA!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Consulado: segunda parte

Então, como eu prometi... Aqui estou eu pra contar em detalhes como foi o sofr... opa, a entrevista do consulado.

Entrevista marcada pras 10h, acordei pelas 7h. Afinal, tinha que me arrumar, dar aquela ultima olhada na papelada, me forçar a comer alguma coisa e toda essa rotina básica. Saí da casa onde estava hospedada por volta das 8h30. Cheguei no consulado, já me assusto com o tamanho da fila. Mas beleza, é o pessoal das 9h ainda. Tudo tranquilo. Encontro conhecidos da fila (lá do churrasco da IE ontem, que foi FODAAAA, depois conto como foi... assim que uma certa pessoa me mandar o video e as fotos que prometeu) ficamos lá papeando, chegam outros participantes da IE e todos formamos uma grande familia feliz e nervosa.

Depois de um certo atraso, finalmente chega nossa babá da IE, o Marcelo Mignot, consultor gente boa que aguentou todos os nossos nervosismos e noyas da entrevista. Valeu cara! Ficamos lá numa rodinha de últimas instruções. Finalmente hora de entrar no consulado, porque até então estavamos no meio da rua. Entrego meu DS156 e minha "linda" fotinha 5x7 com a droga da plaquinha que deixa qualquer um com cara de presidiário. Mas tranquilo. O que importa é que eu entrei. Agora é detector de metais e esteira pra passar a bolsa e a pasta com documentos. Me senti praticamente num aeroporto. Mas estou dentro. Recebo de uma policial muito simpática um papelzinho rosa em duas vias com meu número. 62.

Agora tenho que ir pagar minha taxa de requerimento lá no Citibank. Filinha tranquila, mulher lenta, cupom pra sorteio. Nunca tenho sorte nessas coisas mesmo, mas vamos lá, preencher. Morro em R$200 (taxazinha cara... mas enfim... é meu visto, tá valendo). Mas agora eu tenho o último documento, o comprovante de pagamento da taxa de requerimento. Me encaminham para uma area onde eu deveria entregar meus DS. Ok. Espero minha vez e vou lá. DS156, DS157, DS158 e o frágil, delicado e carissímo DS2019, comprovantes de pagamento, além do meu suado passaporte (vide "É hoje... Não não... Amanhã? Não... QUANDO?") e a foto maldita. Também entrego meu papelzinho numerado rosa e recebo a metade dele de volta, grampeado numa folha com explicações sobre o procedimento de tirarem as digitais. Um português assim, perfeitamente escrito por americanos. "Caso não possa virá pegá-lo pessoalmente, poderá mandar [..]". Uma beleza.

Agora é esperar. E esperar. E esperar mais um pouco. Eu e meus companheiros de sofrimento. Éramos seis. Nessa hora o Marcelo entra para acompanhar nosso nervosismo e soltar palavras generosas de conforto como "relaxem, até agora apenas dois tiveram seus vistos negados". Ajudava que era uma coisa a acalmar nossos nervos. :D

Até que aparece meu númerozinho na tela. 62. Sou eu. Vou lá. Fila para colher as impressões digitais. Oops, é um americano. Ufff, tá falando em português. E chega minha vez.

"Maya?"
"Sim"
"Coloque seu indicador esquerdo, por favor"
"Certo"
"Now your right index finger, please"

Mas hein? Como assim? Inglês? Assim, do nada? Ok. E o jeito? Impressões devidamente recolhidas, já posso ser presa pelos CSI.

"Thank you very much", agradece o consulate officer
"Thank you", afinal não custa ser educada
"You're welcome"

E novamente, esperar. Isso mesmo. Tenho que aguardar ser chamada NOVAMENTE. Todos meus companheiros são chamados e devidamente fichados. Beleza. Agora na próxima é a hora da verdade. Mas estamos lá, todos tranquilos, conversando besteira. Me empolgo. Não vejo meu número ser chamado. Mas vários pares de olhos atentos vêem. Opa. Me desejem sorte. É agora.

Entro na sala. Previamente avisada até pelo motorista do taxi que a vice consul era um pouco carrego e tendo tido a sorte de ser indicada para o senhor simpático do guichê 3 (ou será 4?). E sim, senhoras e senhores, é em inglês.

"Good morning, how are you?"
"I'm fine" mentira, estou nada, estou é nervosa "and you?"
"Fine too. How old are you?"
"22 years old" não gagueje, não gagueje
"Ok" ele anota no computador "What is your college?" (ou qualquer que tenha sido a pergunta, mas era esse sentido)
"UNIPÊ in João Pessoa"
"Ok" novamente anota no computador "What do you study"
"I study law school" PQP, que merda eu falei!!!!! Mas agora é tarde, já era. ai ai ai
"Ok" e sempre anotando no computador "Do you have any relatives in United States?"
"No"
"When do you plan to go?"
"Early december"
"What does your father do for living?"
"He is a teacher in Universidade Federal da Paraíba"
"What does he teach"
"Actually, he is retired" merda. Esqueci que meu pai estava aposentado.
"Ok, what did he teach?"
"Biology. Marine biology"
"Ok"

E ele pega um papelzinho e vai preencher meu nome. Weeee, isso significa visto!!!! :D

"Were you born here?"
"Yes"
"And your fathe?"
"Here too" (para que ele quer saber???)
"You have a differente name"
"Yes, polish origin" uffa, só tava puxando papo.... :D

Depois passou as instruções de ir lá pagar a taxa do visto e pronto. Saí da sala (a proposito, sala aberta, dá pra ver lá dentro e você fica de pé) e com um sorriso de orelha a orelha digo rapidamente pros meus companheiros de espera que foi tudo bem. Pago a taxa e volto pra falar rapidamente o que me perguntaram. Depois o guarda me fala para sair, vou preencher meu sedex e saiu. Esperar o pessoal sair pra comentar. Tem melhor coisa que pular junto?

Mas claro... tenho uma lista de pessoas a ligar. Mãe, irmã, melhor amiga, amigos escolhidos, colegas de quarto (agora tenho teu número Matheus), cachorro, gato, desconhecidos na rua... quero gritar para o mundo "EU TENHO UM VISTO" rssss

A galera sai. As perguntas foram um pouco diferentes das minhas, mas com o mesmo espirito. Comemoramos um pouco e cada qual vai pro seu lado. Por sinal, valeu pela carona coléga de consulado!!!!! :)

Bem... enfim... em "resumo" foi isso que aconteceu... Perdoem qualquer erro, qualquer falta de talento, mas estou meio sem inspiração. Porém, prometi e cumpro. Post sobre a entrevista do consulado fresquinho no dia da entrevista.

Desejo muito boa sorte a todos aqueles que ainda irão ser entrevistados, relaxem, é muito tranquilo. Não me pediram nenhum documento, mas é sempre bom levar. Fiquem calmos, respondam apenas o estritamente perguntado. Mostrem só o que for pedido. E BOA SORTE! Agente se encontra nos EUA!


Cenas do próximo capítulo: Churrasco da IE Recife!!!! Pessoas legais, velhos conhecidos virtuais e muita cachaça na cabeça de certas pessoas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Consulado: primeira parte

É... O tempo passa, o tempo voa... Ainda ontem eu estava nervosa correndo atrás de fechar agência e conseguir um passaporte. Agora estou nervosa com a entrevista do visto e correndo atrás da papelada que tenho que levar.

Como não tenho consulado (nem IE) na minha cidade, vou viajar logo amanhã para a orientação na agência e para a entrevista do visto na segunda. Não posso esquecer documento nenhum. Meio longe pra passar em casa e ir pegar. Então é hora de conferir e reconferir toda a papelada.

A area restrita da IE traz um link com informações sobre o consulado. Como se comportar, o que levar, etc. É muito útil para fazer o check list dos documentos a levar. Recapitulando o que precisa:

- Número de confirmação da entrevista no consulado (vem no e-mail que lhe enviaram)
- Passaporte válido até agosto de 2008
- Formulários DS 156, DS 157 e DS 158 devidamente preenchidos
- Comprovante do pagamento da taxa de requerimento no Citibank
- Comprovante de pagamento da taxa SEVIS
- 1 foto de passaporte (5x5) tirada nos últimos 6 meses
- Comprovantes que demonstrem fundos financeiros suficientes para cobrir todas as despesas durante a permanência nos EUA.
- Comprovantes que demonstrem residência permanente no Brasil.
- Comprovantes que demonstrem laços fortes para deixar os EUA após o intercâmbio
- Documento DS-2019
- A job offer, caso você já tenha sido contratado ou e-mails que demonstrem estar em negociação com um empregador para receber uma oferta de trabalho ou realizar uma entrevista pessoal

Em resumo, além da papelada burocrática, você tem que levar documentos que provem que você pretende voltar para o Brasil, que não quer virar imigrante ilegal nem que vai dar dor de cabeça para o governo americano.

Me desejem sorte. Posto em breve sobre o resultado da entrevista, como foi, o que me perguntaram e o mais importante para mim... se eu tenho um visto :)

Fiquem ligados para cenas do próximo capítulo hehe

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Procurando casa

Agência fechada, modalidade escolhida, local definido, quem sabe até emprego. Tudo planejado, tudo organizado, tudo pronto para a viagem sonhada no fim do ano. Exceto... Opa! ONDE eu vou morar?

A questão do teto lá fora é o que preocupa a grande maioria dos participantes do programa. Claro, muitos são sortudos e tem empregos que já fornece "housing". Outros, nos quais me incluo, não são tão afortunados. É onde começa a loucura do "house hunting".

Antes de tudo. Lugar bem localizado, onde todos estão morando oficialmente, confortavéis e pagando pouco é quase uma utopia. É possível? Sim, claro, sempre existe a chance. Difícil? Demais da conta. Lembre-se que você está procurando moradia em um destino turistico onde o público alvo são turistas que pagam por diária, tornando o aluguel muito mais lucrativo que mensalmente. Além disso, você não é o único intercambista procurando por um abrigo. É uma selva. E sendo uma selva, se você por acaso achar um lugar assim, agarre-se a ele, entre logo em contato com o dono e esconda ele do mundo. Me chamem de egoísta. Prefiro me considerar precavida :D.

O mais comum é encontrar casas a preços aceitáveis cujos donos alugam mensalmente para um número determinado de pessoas, normalmente correspondentes ao número de camas disponiveis na casa. Esqueça esse número. Ele só vai existir nos contatos entre você e o locador. Na prática, será esse número de pessoas oficiais e mais algumas ilegais. A única recomendação é para tomar cuidado com as visitas de inspeção do dono e para que ele não descubra os extras...

São diversos os tipos de tetos que você pode encontrar pelos EUA. Algumas cidades, como South Lake Tahoe, oferecem pequenos moteis que são quase especializados em abrigar os J-1, alugando mensalmente ao invês de por diária. Ou seja, todas as vantagens de um hotel a preço baixo. Não tem q se preocupar com limpeza de banheiros e afins (arrumadeiras passam semanalmente), não tem as burocracias de uma casa, quando quiser sair é só pedir o check-out. Em compensação, nada de festas, sonhe com cozinhas equipadas (geralmente só tem frigobar e microoondas, o mínimo que você deve procurar) e esqueça privacidade. É você e seus amigos num quarto.

Outras cidades, como Aspen oferecem alojamentos para empregados temporários que irão trabalhar durante a estação. São os "seasonal housing". A vantagem está normalmente na localização e no preço. Por serem voltados para empregados, os alugueis costumam ser mais baratos que a maioria das casas normais. E geralmente se localizam perto dos principais empregadores da cidade. A dificuldade está em conseguir esses alojamentos, muito disputados (no exemplo acima, os dois alojamentos da cidade, Burlingame e Marolt se esgotaram nos três primeiros dias), e na burocracia para enviar o dinheiro e possíveis regras de comportamento exigidas.

Alguns empregadores oferecem "lodges" para seus employees. Obviamente, o pré-requisito é ser empregado da empresa. Também são disputados, visto que sempre há mais empregados que espaço, e costumam ser cheios de pequenas regras de convivencia e comportamento. Fora que seu comportamento no lodge pode interferir no seu emprego e vice-versa. No entando, costuma ser uma opção bem acessível para os intercambistas pelo preço e proximidade com o empregador.

No entanto, são as casas comuns, dessas que lemos nos classificados daqui, que irão abrigar a grande maioria dos J-1. Embora sejam dificeis de achar, caras e cheias de burocracias para alugar, costumam ser a opção mais confortável e divertida. Vencida a dificuldade inicial de achar e alugar a casa, é só festa. Ela é "sua" pelo prazo contratado. Vale festas (respeitando as leis contra barulhos e afins do local, obviamente), se trancar no quarto em busca de privacidade, cozinhar a vontade, etc. Se você conseguir, espere também ser solicitado (pelos que não conseguiram e moram numa das opções mencionadas acima) a promover festas e mais festas. Mas quem falou que isso é problema?

Como encontrar uma casa então? Do mesmo jeito que você procuraria aqui, oras. Informe-se qual o jormal local da cidade para onde pretende ir e visite o site deles na web. Os classificados serão sua nova leitura diária. Se tiver mais de um jornal local, procure em todos. Outra maneira é procurar corretoras que atuem na area. Google é seu amigo, use-o. Além de encontrar corretoras por lá, pode acabar topando com um anuncio qualquer perdido em algum site especializado ou ainda um website de um proprietário mais moderno.

Falando em sites especializados, são vários e são úteis. Vai abaixo uma listinha de alguns dos que lembro no momento. Sintam-se livres para acrescentar algum nos comentários do blog.

www.craigslist.com
www.vrbo.com
www.ownerdirect.com
www.roomate.com
www.apartments.com
www.rentals.com

Muitos dos anuncios, como irão notar, mencionam um "security deposit" ou simplemente "deposit". É costume por lá pagar uma caução antecipadamente que lhe será devolvido se você entregar o imóvel nas mesmas condições que o recebeu. Eventuais danos serão descontados. Outra prática comum é pedir também o aluguel do primeiro mês ("first") e, ocasionalmente, do último ("last").

Possivelmente os contratantes irão pedir alguma prova de rendimento ou de que você pode de algum modo pagar. O deposito não deixa de ser parcialmente isso. Mas prepare-se para explicar sua situação de intercambista, mostrar possiveis job offers que tenha recebido ou algum comprovante de renda de qualquer tipo. Não são todos que exigem, mas existe sempre a hipótese.

Outro ponto importante a ser comentado é o medo que muitos locadores tem de brasileiros. Por conta de alguns maus exemplos que praticamente destruiram as casas em que ficaram, muitos proprietários tem receio de alugar para nós. Não temos a melhor das reputações. Mas não são todos que possuem esse preconceito. Fica, no entanto, o aviso. Tomem conta da casa alugada, devolva-a em boas condições que só temos a ganhar.


Algumas dicas de como ler classificados

Furn./unfurn. = indica se a casa é furnished (mobiliada) ou unfurnished (não mobiliada). Muito cuidado e sempre procurem saber disso. Ninguem quer morar numa casa sem nada, afinal.

Bd/ba = refere-se ao número de bedrooms (quartos) e bathrooms (banheiros) na casa. Ocasionalmente irão encontrar a expressão "1/2 ba". Se refere a lavabos, ou seja, banheiros que não possuem chuveiro/banheira, por isso considerados "meio" banheiros.

Utils. = as utilities são as contas de uma casa. Água, luz, telefone, gás, esgoto, etc. É sempre bom alugar casa que ofereça utilities incluso, para não se preocupar com os gastos. Mas como são exceção, cuidado na energia ^^

Lease = lease é o periodo que o locador está querendo. Por exemplo "five months lease" significaria que ele só vai alugar por cinco meses. Costumeiramente eles aceitam mais que os meses propostos, mas praticamente nunca menos. É comum também a expressão "year round" para definir leases de 1 ano.

Studio = um tipo de apartamento cuja sala/quarto fica no mesmo ambiente, tendo apenas a cozinha e banheiro separados.


Boa sorte na "house hunting" de vocês! E me desejem sorte também! :D

Aliás, se alguém por acaso encontrar alguma casa legal, simpatica em Park City e esteja precisando de alguns roomates... Don't be a stranger, pode me mandar um email, comentário, adicionar no msn, deixar recado no orkut, sinal de fumaça, etc.

domingo, 9 de setembro de 2007

BOYNE


__As entrevistas de emprego no exterior são quase sempre a mesma coisa. Por isso, as agências de intercâmbio sabem quais são as perguntas que os selecionadores geralmente fazem aos intercambistas e o que eles querem ouvir como resposta.
__Recomenda-se sempre que o estudante saiba algo sobre a empresa onde quer trabalhar e sobre o grupo que controla essa empresa. Um dos grandes grupos administradores de estação de esqui nos Estados Unidos é o Boyne Resorts, a quem pertence, inclusive, o resort onde trabalhei, o Big Sky Resort.
__Se você vai participar de uma feira de emprego promovida pelo Boyne, é importante que você saiba o que significa Boyne: Bend Over You are Now a Employee (abaixa aí. Agora você é um empregado).
__Essa quem me contou foi o meu colega de quarto nos Estados Unidos, o Dan. Diz ele que a piadinha surgiu porque o grupo paga uma miséria aos seus empregados. De fato, todos os empregadores ao redor do Big Sky Resort pagam melhor que ele.
__O salário mínimo do Big Sky Resort é de 7,25 dólares a hora. Para quem trabalha 21 dias por mês, 8 horas por dia, isso equivale a aproximadamente 2 300 reais mensais. Que miséria deliciosa, não? É por isso que é complicado voltar de lá. Muita gente experimenta e gosta de dar uma abaixadinha dessas.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Bucks T4 Lodge


__Recebi um e-mail da Intercultural falando de uma feira de emprego que vai rolar em Floripa no dia 18 de setembro. Um dos empregadores é o Bucks T4 Lodge.
__Esse é um hotel que fica em Big Sky, a cidade onde passei a maior parte do meu intercâmbio, e vocês podem estar certos de uma coisa: trabalhar lá é satisfação garantida de intercâmbio inesquecível. Pra quem gostou das coisas que descrevi nesse blog, mas está achando difícil ser contratado no Brasil pelo Big Sky Resort, essa é a grande chance. Uma vez dentro do Bucks, que é um dos melhores lugares para se trabalhar, é possível conseguir emprego no Big Sky Resort, no Moonlight Basin ou em qualquer negócio que tenha ao redor. Nenhum desses lugares fica a mais de 30 minutos do outro, sendo que o transporte dentro da cidade é gratuito.
__É importante lembrar que Big Sky tem só 500 habitantes. Ela é uma cidade turística por causa do esqui, das montanhas, da quantidade absurda de neve e só. Para quem gosta de vida urbana, esse não é o lugar certo. Mas se você quer saber como é viver nas montanhas e saber o que é enfrentar temperaturas de até 47 graus negativos, não pense duas vezes. Além de a paisagem ser espetacular, o povo de lá é inacreditavelmente amigável e hospitaleiro. Isso para não falar no Yellowstone Park. Pesquisem sobre esse parque! É uma das maiores belezas naturais americanas. PESQUISEM!
__O recado está dado! O intercâmbio da vida de vocês está aí. A feira é dia 18.
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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Mais desculpas

Yeah yeah, eu sei, podem criticar, xinguem mesmo. Eu deixo. Sou uma mãe desnaturada, uma blogueira sem consciência. Pobre, pobre sitezinho, abandonado às traças virtuais, exceto pelos salvadores posts do Renan. Vamos, quero mais xingamentos. Não foi o suficiente ainda.

Agora vem o discurso político das desculpas. Eu juro solenemente que eu não sabia. Opa, discurso errado, esse tem dono e é patenteado. Posso fazer melhor que isso. Eu sei que posso.

Enfim, primeiro eu arrumei um emprego, depois período letivo na faculdade começou. E como todos vocês sabem, esse é o semestre de estudar, estudar e estudar mais um pouco. Reposição de maneira alguma e finais nem em sonho. Quero ir pros USA!

Segunda parte das desculpas. Todos vocês também lembram daquela já ultrapassada confusão com o consulado. Pois é. Até ela eu tinha tudo bem traçado. Ir para Aspen, empregos engatilhados, roomates negociados... Então veio o caos. Para onde eu vou? Com quem? Fazer o que? Por quanto? Depois de kikar por diversos destinos (Breckenridge? Não não, Sun Valley? Pode ser. Não não. New York! Também não. Ah, Vermont, é, agora vai. No honey, não ainda.) finalmente me aquietei em um. Problema é que tenho que agora correr atrás de casa (Welcome to the 2007/2008 Park City House Hunting), emprego. Então estou basicamente sem tempo.

E ainda por cima (sim, isso mesmo, tenham pena de mim) ainda tenho q correr atrás dos documentos para o consulado. O Dia D se aproxima. 24 de setembro... *musiquinha do filme Tubarão*

See ya! Continuo nos meios virtuais de sempre, embora menos presente no msn. Mas meu e-mail será sempre receptivo!

Coisas que os intercambistas têm que engolir


__Às vezes me perguntam por e-mail se os americanos são rudes com os estrangeiros. A resposta é não, muito pelo contrário. É verdade que durante meu período de trabalho nos EUA eu engoli certos desaforos, mas nada que não aconteceria comigo aqui no Brasil mesmo.
__Abaixo, alguns dos sapos engolidos por mim e meus colegas:

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__Eu estava trabalhando na recepção do Huntley Lodge, hotel que fica na estação de esqui que mais emprega intercambistas na região, o Big Sky Resort, quando uma hóspede apareceu louca da vida:
__-Eu tentei trocar esses ingressos do Moonlight Basin na bilheteria daqui, mas eles não me deixaram, e eu não consigo fazer essa troca em nenhum lugar.
__-Desculpe, senhora. Eu também não posso fazer essa troca. O Moonlight é outro resort. Embora os dois resorts sejam ligados, a gente só pode manipular os ingressos do Big Sky.
__-Não me diga que você não pode. Eu sei que você pode, mas a verdade é que você não quer.

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__Minha colega brasileira Priscilla trabalhava comigo na recepção do Huntley Lodge quando uma senhora chegou enrolada numa toalha e lhe disse:
__-Eu não encontro uma porcaria de toalha naquela piscina. E ela está gelada!
__-Perdão, mam. Eu vou mandar umas toalhas agora mesmo e vou pedir para a manutenção checar a piscina...
__A senhora gritou:
__-Quem falou em piscina? Eu disse Hot Tub! Por que você não manda alguém para arrumá-la de uma vez?

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__De tempos em tempos, os funcionários do Huntley Lodge tinham acesso a um conjunto de reclamações e elogios feitos por escrito pelos hóspedes. Consultando esse relatório, tínhamos uma noção do que poderíamos melhorar no nosso trabalho. Certa vez, lemos a seguinte queixa feita por uma visitante:
__"Na próxima vez que eu visitar o resort, eu gostaria de ser atendida por alguém que fala inglês. Não tenho nada contra estrangeiros. Mas, na próxima vez, eu gostaria de ser atendida por um americano".
__Essa visitante provavelmente foi atendida por um intercambista que teve alguma dificuldade na hora de falar inglês. Acho que essa situação não se repetiria no nosso país, pois é difícil imaginar um americano tendo que trabalhar no Brasil e apanhar do português para conseguir pagar pelo seu programa de intercâmbio. Mas todos nós sabemos que o nosso povo sabe ser hostil e desonesto com os visitantes estrangeiros e que comentários preconceituosos contra vários países rodam por aí como fofoca, sendo que muitos desses comentários costumam sair da boca do próprio Presidente da República.
__Também é importante lembrar de uma prática irritante dos estrangeiros que trabalham nos EUA: quando eles não entendem o que um cliente americano pergunta, eles ficam sorrindo, fingindo que entenderam o que foi dito. Eu fiz isso no hotel onde trabalhava até levar uma bronca do meu chefe. Recomendo aos intercambistas que não tentem enrolar os clientes com sorrisos. Caso não entendam alguma palavra, peçam que o cliente a repita. Se ele usar expressões que o intercambista não conhece e sabe que não vai entender, é bom chamar alguém que domine melhor a língua para ajudar.
__Os americanos conhecem muito bem e odeiam essa tática de ficar sorrindo e fingindo que entendeu.

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__O Huntley Lodge recebia os hóspedes às 4 horas da tarde. Às 10 da manhã, esses hóspedes deveriam deixar o hotel ou pagar uma nova diária. Embora todos eles fossem informados dessa regra várias vezes, muitos gostavam de ficar enrolando no quarto e acabar saindo depois da 1 da tarde. Por isso eu deveria telefonar para os quartos dos enrolões todas as manhãs e informar mais uma vez sobre o horário de saída.
__Certa manhã, liguei para o quarto de uma hóspede atrasada para lembrá-la da regra. Eram aproximadamente 11:30.
__-Alô?
__-Bom dia, mam. O horário de saída é 10 da manhã, então eu estou ligando para saber quando vocês pretendem sair ou se vocês pretendem extender a reserva.
__-Ah, sim. Eu vou sair às 2 da tarde hoje, mas não vou extender a reserva.
__-Entendo. Bem, na verdade, como o horário de saída é 10 horas, a senhora precisa falar diretamente com a gerente do hotel para pedir esse horário especial...
__-Não, não, não. Você não está entendendo. Eu não vou pedir nada. Eu só estou deixando você saber que eu vou sair mais tarde.
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domingo, 2 de setembro de 2007

Raízes



__O número de recepcionistas que trabalhavam comigo variava de acordo com o número de visitantes do hotel. Naquele dia, trabalhávamos eu e um americano. Tínhamos poucos hóspedes circulando pelo lobby e já havíamos recebido quase todos as pessoas que estavam para chegar. O tédio começava a tomar conta de nós. Conversa vai, conversa vem, começamos a falar sobre viagens. Perguntei:
__-Sabe para onde eu gostaria que fosse minha próxima viagem internacional?
__-Onde?
__-Irlanda.
__-Muito boa idéia. A Irlanda é demais! Eu sou irlandês.
__-Irlandês? Eu sempre achei que você fosse americano.
__-É. Eu nasci nos Estados Unidos, mas eu sou Irlandês.
__-Como assim? Se você nasce nos Estados Unidos, você é americano. Seus pais são irlandeses?
__-São.
__-Quando eles vieram para os Estados Unidos?
__-Não... eles nasceram nos Estados Unidos também.
__-Então como é que vocês são irlandeses?
__-É que meus bisavós vieram da Irlanda.
__-Haha! E por isso você é irlandês?
__-Claro!
__-Você fala irlandês?
__-Não.
__-Já visitou a Irlanda?
__-Não, mas pretendo visitar um dia.
__-E o que você faz nos feriados irlandeses?
__-Cara, o San Patrick's Day é mais importante do que Natal para mim. Eu começo a beber logo que acordo.
__-Se você é irlandês só porque seus avós são, então eu sou alemão, porque meu bisavô era alemão e minha avó aprendeu a falar português só depois dos seis anos.
__-Isso, então você é alemão.
__-E eu também sou italiano, porque meu bisavô por parte de mãe era italiano.
__-Isso. Você é italiano também.
__-E também sou português, porque um avô meu é descendente de português.
__-Isso.
__-Claro que não, cara! Eu nasci no Brasil, então eu sou brasileiro!
__-Claro que não! Você é italiano, alemão e português.
__-Isso não faz o menor sentido.
__-Claro que faz. Eu não sou americano só porque nasci aqui. Eu sou irlandês, já que meus ancestrais vieram da Irlanda.
__-E quem são os americanos então?
__-As pessoas que vêm daqui.
__-Só os índios vêm daqui. O resto veio de fora, assim como no Brasil. Como é que você sabe que seus ancestrais da Irlanda não são descendentes de pessoas que vieram de outros países?
__-Pode ser. Mas os moradores da Irlanda estão lá há milhares de anos.
__-Como é que você sabe?
__-Eles ensinam isso na escola. Não ensinam isso no Brasil? Vocês não estudam Revolução Francesa?
__-Claro que sim. Mas seus tataravós poderiam ter nascido em um país qualquer e depois terem se mudado para a Irlanda. Como é que você pode dizer que você é irlandês se você não sabe de onde seus tataravós vêm? Você pode ser africano. Como você sabe que você não é da África?
__-Cara, eu acho que você não sabe do que você está falando. Eu sou irlandês e tenho orgulho de ser irlandês.
__Não vejo muito sentido no orgulho nacional. Se não deveríamos ter orgulho da nossa cor branca, preta, vermelha ou amarela, que nascem conosco, por que deveríamos ter orgulho da nossa nacionalidade, que também nasce conosco?
__Posso perceber alguma coerência naqueles que dizem ter orgulho do país e, por isso, vivem no país, mesmo tendo a chance de abandoná-lo. Já a atitude de quem tem orgulho de um país no qual nunca morou, nunca visitou e cuja língua ele não fala, eu acho particularmente estúpida.
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