terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Bye bye Brazil

Milhões de desculpas aos leitores pela fata de update... simplesmente não tive tempo nem saco de escrever... e sou muito crítica com meus textos ^^.

Vou ficar devendo uma checklist...

Bem... é isso... Now is the time... Após quase um ano de planejamento, espera, correria... Chegou a hora... Daqui menos de cinco horas embarco com destino a São Paulo e um chá de cadeira de 12h no aeroporto de Guarulhos para enfim embarcar rumo a Salt Lake City.

Para os que ainda não sabem... Vou para Park City, cidade maravilhosa (e gelada) perdida no meio do estado de Utah. Aos que vão para lá, see ya! Aos que não vão... Espero que o WE de vocês seja maravilhoso. Aos que ficam... Procurem ir! :D

Beijos a todos! Obrigado por me acompanharem nessa etapa... E agora... see you in Park City! Tendo tempo ponho umas historias/fotos :)

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

More good news

E hoje foi mais um dia de entrevistas no consulado de Recife... E novamente, todos aprovados. Dessa vez foram 5. Parabéns a todos que conseguiram o visto e que isso sirva de tranquilizante para os próximos :)

E meu visto chegou!!!!! Tão lindinho o visto americano colado no passaporte. Tão colorido... ^^

Vale relembrar. Quando forem pegar o visto ou ele chegar pelo SEDEX, lembrem-se de NÃO abrir em hipótese nenhuma o envelope que vem grampeado no passaporte. Só quem pode abrí-lo é a Imigração americana.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Relax people!!!!

Várias pessoas já vieram comentar comigo sobre como estão nervosas com a entrevista do visto e que ficaram mais nervosas ainda depois de ler o post.

Primeiramente desculpas pelo nervosismo causado :). Não era minha intenção, eu juro!!!! Depois... CALMA! Relaxem! Eu sei que o que está em jogo são longos planos, mas CALMA, vai dar tudo certo. Foi super tranquila a entrevista. Foi em inglês, sim, mas um inglês fácil de entender e eles sabem que estamos todos nervosos. Americanos não são extraterrestres. São iguais a brasileiros. Tem uns chatos, mas tem uns bem simpáticos.

Então fica a dica, plagiando nossa excelentissima ministra. Relaxem e gozem. We're going to USA!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Consulado: segunda parte

Então, como eu prometi... Aqui estou eu pra contar em detalhes como foi o sofr... opa, a entrevista do consulado.

Entrevista marcada pras 10h, acordei pelas 7h. Afinal, tinha que me arrumar, dar aquela ultima olhada na papelada, me forçar a comer alguma coisa e toda essa rotina básica. Saí da casa onde estava hospedada por volta das 8h30. Cheguei no consulado, já me assusto com o tamanho da fila. Mas beleza, é o pessoal das 9h ainda. Tudo tranquilo. Encontro conhecidos da fila (lá do churrasco da IE ontem, que foi FODAAAA, depois conto como foi... assim que uma certa pessoa me mandar o video e as fotos que prometeu) ficamos lá papeando, chegam outros participantes da IE e todos formamos uma grande familia feliz e nervosa.

Depois de um certo atraso, finalmente chega nossa babá da IE, o Marcelo Mignot, consultor gente boa que aguentou todos os nossos nervosismos e noyas da entrevista. Valeu cara! Ficamos lá numa rodinha de últimas instruções. Finalmente hora de entrar no consulado, porque até então estavamos no meio da rua. Entrego meu DS156 e minha "linda" fotinha 5x7 com a droga da plaquinha que deixa qualquer um com cara de presidiário. Mas tranquilo. O que importa é que eu entrei. Agora é detector de metais e esteira pra passar a bolsa e a pasta com documentos. Me senti praticamente num aeroporto. Mas estou dentro. Recebo de uma policial muito simpática um papelzinho rosa em duas vias com meu número. 62.

Agora tenho que ir pagar minha taxa de requerimento lá no Citibank. Filinha tranquila, mulher lenta, cupom pra sorteio. Nunca tenho sorte nessas coisas mesmo, mas vamos lá, preencher. Morro em R$200 (taxazinha cara... mas enfim... é meu visto, tá valendo). Mas agora eu tenho o último documento, o comprovante de pagamento da taxa de requerimento. Me encaminham para uma area onde eu deveria entregar meus DS. Ok. Espero minha vez e vou lá. DS156, DS157, DS158 e o frágil, delicado e carissímo DS2019, comprovantes de pagamento, além do meu suado passaporte (vide "É hoje... Não não... Amanhã? Não... QUANDO?") e a foto maldita. Também entrego meu papelzinho numerado rosa e recebo a metade dele de volta, grampeado numa folha com explicações sobre o procedimento de tirarem as digitais. Um português assim, perfeitamente escrito por americanos. "Caso não possa virá pegá-lo pessoalmente, poderá mandar [..]". Uma beleza.

Agora é esperar. E esperar. E esperar mais um pouco. Eu e meus companheiros de sofrimento. Éramos seis. Nessa hora o Marcelo entra para acompanhar nosso nervosismo e soltar palavras generosas de conforto como "relaxem, até agora apenas dois tiveram seus vistos negados". Ajudava que era uma coisa a acalmar nossos nervos. :D

Até que aparece meu númerozinho na tela. 62. Sou eu. Vou lá. Fila para colher as impressões digitais. Oops, é um americano. Ufff, tá falando em português. E chega minha vez.

"Maya?"
"Sim"
"Coloque seu indicador esquerdo, por favor"
"Certo"
"Now your right index finger, please"

Mas hein? Como assim? Inglês? Assim, do nada? Ok. E o jeito? Impressões devidamente recolhidas, já posso ser presa pelos CSI.

"Thank you very much", agradece o consulate officer
"Thank you", afinal não custa ser educada
"You're welcome"

E novamente, esperar. Isso mesmo. Tenho que aguardar ser chamada NOVAMENTE. Todos meus companheiros são chamados e devidamente fichados. Beleza. Agora na próxima é a hora da verdade. Mas estamos lá, todos tranquilos, conversando besteira. Me empolgo. Não vejo meu número ser chamado. Mas vários pares de olhos atentos vêem. Opa. Me desejem sorte. É agora.

Entro na sala. Previamente avisada até pelo motorista do taxi que a vice consul era um pouco carrego e tendo tido a sorte de ser indicada para o senhor simpático do guichê 3 (ou será 4?). E sim, senhoras e senhores, é em inglês.

"Good morning, how are you?"
"I'm fine" mentira, estou nada, estou é nervosa "and you?"
"Fine too. How old are you?"
"22 years old" não gagueje, não gagueje
"Ok" ele anota no computador "What is your college?" (ou qualquer que tenha sido a pergunta, mas era esse sentido)
"UNIPÊ in João Pessoa"
"Ok" novamente anota no computador "What do you study"
"I study law school" PQP, que merda eu falei!!!!! Mas agora é tarde, já era. ai ai ai
"Ok" e sempre anotando no computador "Do you have any relatives in United States?"
"No"
"When do you plan to go?"
"Early december"
"What does your father do for living?"
"He is a teacher in Universidade Federal da Paraíba"
"What does he teach"
"Actually, he is retired" merda. Esqueci que meu pai estava aposentado.
"Ok, what did he teach?"
"Biology. Marine biology"
"Ok"

E ele pega um papelzinho e vai preencher meu nome. Weeee, isso significa visto!!!! :D

"Were you born here?"
"Yes"
"And your fathe?"
"Here too" (para que ele quer saber???)
"You have a differente name"
"Yes, polish origin" uffa, só tava puxando papo.... :D

Depois passou as instruções de ir lá pagar a taxa do visto e pronto. Saí da sala (a proposito, sala aberta, dá pra ver lá dentro e você fica de pé) e com um sorriso de orelha a orelha digo rapidamente pros meus companheiros de espera que foi tudo bem. Pago a taxa e volto pra falar rapidamente o que me perguntaram. Depois o guarda me fala para sair, vou preencher meu sedex e saiu. Esperar o pessoal sair pra comentar. Tem melhor coisa que pular junto?

Mas claro... tenho uma lista de pessoas a ligar. Mãe, irmã, melhor amiga, amigos escolhidos, colegas de quarto (agora tenho teu número Matheus), cachorro, gato, desconhecidos na rua... quero gritar para o mundo "EU TENHO UM VISTO" rssss

A galera sai. As perguntas foram um pouco diferentes das minhas, mas com o mesmo espirito. Comemoramos um pouco e cada qual vai pro seu lado. Por sinal, valeu pela carona coléga de consulado!!!!! :)

Bem... enfim... em "resumo" foi isso que aconteceu... Perdoem qualquer erro, qualquer falta de talento, mas estou meio sem inspiração. Porém, prometi e cumpro. Post sobre a entrevista do consulado fresquinho no dia da entrevista.

Desejo muito boa sorte a todos aqueles que ainda irão ser entrevistados, relaxem, é muito tranquilo. Não me pediram nenhum documento, mas é sempre bom levar. Fiquem calmos, respondam apenas o estritamente perguntado. Mostrem só o que for pedido. E BOA SORTE! Agente se encontra nos EUA!


Cenas do próximo capítulo: Churrasco da IE Recife!!!! Pessoas legais, velhos conhecidos virtuais e muita cachaça na cabeça de certas pessoas.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Consulado: primeira parte

É... O tempo passa, o tempo voa... Ainda ontem eu estava nervosa correndo atrás de fechar agência e conseguir um passaporte. Agora estou nervosa com a entrevista do visto e correndo atrás da papelada que tenho que levar.

Como não tenho consulado (nem IE) na minha cidade, vou viajar logo amanhã para a orientação na agência e para a entrevista do visto na segunda. Não posso esquecer documento nenhum. Meio longe pra passar em casa e ir pegar. Então é hora de conferir e reconferir toda a papelada.

A area restrita da IE traz um link com informações sobre o consulado. Como se comportar, o que levar, etc. É muito útil para fazer o check list dos documentos a levar. Recapitulando o que precisa:

- Número de confirmação da entrevista no consulado (vem no e-mail que lhe enviaram)
- Passaporte válido até agosto de 2008
- Formulários DS 156, DS 157 e DS 158 devidamente preenchidos
- Comprovante do pagamento da taxa de requerimento no Citibank
- Comprovante de pagamento da taxa SEVIS
- 1 foto de passaporte (5x5) tirada nos últimos 6 meses
- Comprovantes que demonstrem fundos financeiros suficientes para cobrir todas as despesas durante a permanência nos EUA.
- Comprovantes que demonstrem residência permanente no Brasil.
- Comprovantes que demonstrem laços fortes para deixar os EUA após o intercâmbio
- Documento DS-2019
- A job offer, caso você já tenha sido contratado ou e-mails que demonstrem estar em negociação com um empregador para receber uma oferta de trabalho ou realizar uma entrevista pessoal

Em resumo, além da papelada burocrática, você tem que levar documentos que provem que você pretende voltar para o Brasil, que não quer virar imigrante ilegal nem que vai dar dor de cabeça para o governo americano.

Me desejem sorte. Posto em breve sobre o resultado da entrevista, como foi, o que me perguntaram e o mais importante para mim... se eu tenho um visto :)

Fiquem ligados para cenas do próximo capítulo hehe

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Procurando casa

Agência fechada, modalidade escolhida, local definido, quem sabe até emprego. Tudo planejado, tudo organizado, tudo pronto para a viagem sonhada no fim do ano. Exceto... Opa! ONDE eu vou morar?

A questão do teto lá fora é o que preocupa a grande maioria dos participantes do programa. Claro, muitos são sortudos e tem empregos que já fornece "housing". Outros, nos quais me incluo, não são tão afortunados. É onde começa a loucura do "house hunting".

Antes de tudo. Lugar bem localizado, onde todos estão morando oficialmente, confortavéis e pagando pouco é quase uma utopia. É possível? Sim, claro, sempre existe a chance. Difícil? Demais da conta. Lembre-se que você está procurando moradia em um destino turistico onde o público alvo são turistas que pagam por diária, tornando o aluguel muito mais lucrativo que mensalmente. Além disso, você não é o único intercambista procurando por um abrigo. É uma selva. E sendo uma selva, se você por acaso achar um lugar assim, agarre-se a ele, entre logo em contato com o dono e esconda ele do mundo. Me chamem de egoísta. Prefiro me considerar precavida :D.

O mais comum é encontrar casas a preços aceitáveis cujos donos alugam mensalmente para um número determinado de pessoas, normalmente correspondentes ao número de camas disponiveis na casa. Esqueça esse número. Ele só vai existir nos contatos entre você e o locador. Na prática, será esse número de pessoas oficiais e mais algumas ilegais. A única recomendação é para tomar cuidado com as visitas de inspeção do dono e para que ele não descubra os extras...

São diversos os tipos de tetos que você pode encontrar pelos EUA. Algumas cidades, como South Lake Tahoe, oferecem pequenos moteis que são quase especializados em abrigar os J-1, alugando mensalmente ao invês de por diária. Ou seja, todas as vantagens de um hotel a preço baixo. Não tem q se preocupar com limpeza de banheiros e afins (arrumadeiras passam semanalmente), não tem as burocracias de uma casa, quando quiser sair é só pedir o check-out. Em compensação, nada de festas, sonhe com cozinhas equipadas (geralmente só tem frigobar e microoondas, o mínimo que você deve procurar) e esqueça privacidade. É você e seus amigos num quarto.

Outras cidades, como Aspen oferecem alojamentos para empregados temporários que irão trabalhar durante a estação. São os "seasonal housing". A vantagem está normalmente na localização e no preço. Por serem voltados para empregados, os alugueis costumam ser mais baratos que a maioria das casas normais. E geralmente se localizam perto dos principais empregadores da cidade. A dificuldade está em conseguir esses alojamentos, muito disputados (no exemplo acima, os dois alojamentos da cidade, Burlingame e Marolt se esgotaram nos três primeiros dias), e na burocracia para enviar o dinheiro e possíveis regras de comportamento exigidas.

Alguns empregadores oferecem "lodges" para seus employees. Obviamente, o pré-requisito é ser empregado da empresa. Também são disputados, visto que sempre há mais empregados que espaço, e costumam ser cheios de pequenas regras de convivencia e comportamento. Fora que seu comportamento no lodge pode interferir no seu emprego e vice-versa. No entando, costuma ser uma opção bem acessível para os intercambistas pelo preço e proximidade com o empregador.

No entanto, são as casas comuns, dessas que lemos nos classificados daqui, que irão abrigar a grande maioria dos J-1. Embora sejam dificeis de achar, caras e cheias de burocracias para alugar, costumam ser a opção mais confortável e divertida. Vencida a dificuldade inicial de achar e alugar a casa, é só festa. Ela é "sua" pelo prazo contratado. Vale festas (respeitando as leis contra barulhos e afins do local, obviamente), se trancar no quarto em busca de privacidade, cozinhar a vontade, etc. Se você conseguir, espere também ser solicitado (pelos que não conseguiram e moram numa das opções mencionadas acima) a promover festas e mais festas. Mas quem falou que isso é problema?

Como encontrar uma casa então? Do mesmo jeito que você procuraria aqui, oras. Informe-se qual o jormal local da cidade para onde pretende ir e visite o site deles na web. Os classificados serão sua nova leitura diária. Se tiver mais de um jornal local, procure em todos. Outra maneira é procurar corretoras que atuem na area. Google é seu amigo, use-o. Além de encontrar corretoras por lá, pode acabar topando com um anuncio qualquer perdido em algum site especializado ou ainda um website de um proprietário mais moderno.

Falando em sites especializados, são vários e são úteis. Vai abaixo uma listinha de alguns dos que lembro no momento. Sintam-se livres para acrescentar algum nos comentários do blog.

www.craigslist.com
www.vrbo.com
www.ownerdirect.com
www.roomate.com
www.apartments.com
www.rentals.com

Muitos dos anuncios, como irão notar, mencionam um "security deposit" ou simplemente "deposit". É costume por lá pagar uma caução antecipadamente que lhe será devolvido se você entregar o imóvel nas mesmas condições que o recebeu. Eventuais danos serão descontados. Outra prática comum é pedir também o aluguel do primeiro mês ("first") e, ocasionalmente, do último ("last").

Possivelmente os contratantes irão pedir alguma prova de rendimento ou de que você pode de algum modo pagar. O deposito não deixa de ser parcialmente isso. Mas prepare-se para explicar sua situação de intercambista, mostrar possiveis job offers que tenha recebido ou algum comprovante de renda de qualquer tipo. Não são todos que exigem, mas existe sempre a hipótese.

Outro ponto importante a ser comentado é o medo que muitos locadores tem de brasileiros. Por conta de alguns maus exemplos que praticamente destruiram as casas em que ficaram, muitos proprietários tem receio de alugar para nós. Não temos a melhor das reputações. Mas não são todos que possuem esse preconceito. Fica, no entanto, o aviso. Tomem conta da casa alugada, devolva-a em boas condições que só temos a ganhar.


Algumas dicas de como ler classificados

Furn./unfurn. = indica se a casa é furnished (mobiliada) ou unfurnished (não mobiliada). Muito cuidado e sempre procurem saber disso. Ninguem quer morar numa casa sem nada, afinal.

Bd/ba = refere-se ao número de bedrooms (quartos) e bathrooms (banheiros) na casa. Ocasionalmente irão encontrar a expressão "1/2 ba". Se refere a lavabos, ou seja, banheiros que não possuem chuveiro/banheira, por isso considerados "meio" banheiros.

Utils. = as utilities são as contas de uma casa. Água, luz, telefone, gás, esgoto, etc. É sempre bom alugar casa que ofereça utilities incluso, para não se preocupar com os gastos. Mas como são exceção, cuidado na energia ^^

Lease = lease é o periodo que o locador está querendo. Por exemplo "five months lease" significaria que ele só vai alugar por cinco meses. Costumeiramente eles aceitam mais que os meses propostos, mas praticamente nunca menos. É comum também a expressão "year round" para definir leases de 1 ano.

Studio = um tipo de apartamento cuja sala/quarto fica no mesmo ambiente, tendo apenas a cozinha e banheiro separados.


Boa sorte na "house hunting" de vocês! E me desejem sorte também! :D

Aliás, se alguém por acaso encontrar alguma casa legal, simpatica em Park City e esteja precisando de alguns roomates... Don't be a stranger, pode me mandar um email, comentário, adicionar no msn, deixar recado no orkut, sinal de fumaça, etc.

domingo, 9 de setembro de 2007

BOYNE


__As entrevistas de emprego no exterior são quase sempre a mesma coisa. Por isso, as agências de intercâmbio sabem quais são as perguntas que os selecionadores geralmente fazem aos intercambistas e o que eles querem ouvir como resposta.
__Recomenda-se sempre que o estudante saiba algo sobre a empresa onde quer trabalhar e sobre o grupo que controla essa empresa. Um dos grandes grupos administradores de estação de esqui nos Estados Unidos é o Boyne Resorts, a quem pertence, inclusive, o resort onde trabalhei, o Big Sky Resort.
__Se você vai participar de uma feira de emprego promovida pelo Boyne, é importante que você saiba o que significa Boyne: Bend Over You are Now a Employee (abaixa aí. Agora você é um empregado).
__Essa quem me contou foi o meu colega de quarto nos Estados Unidos, o Dan. Diz ele que a piadinha surgiu porque o grupo paga uma miséria aos seus empregados. De fato, todos os empregadores ao redor do Big Sky Resort pagam melhor que ele.
__O salário mínimo do Big Sky Resort é de 7,25 dólares a hora. Para quem trabalha 21 dias por mês, 8 horas por dia, isso equivale a aproximadamente 2 300 reais mensais. Que miséria deliciosa, não? É por isso que é complicado voltar de lá. Muita gente experimenta e gosta de dar uma abaixadinha dessas.
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quinta-feira, 6 de setembro de 2007

Bucks T4 Lodge


__Recebi um e-mail da Intercultural falando de uma feira de emprego que vai rolar em Floripa no dia 18 de setembro. Um dos empregadores é o Bucks T4 Lodge.
__Esse é um hotel que fica em Big Sky, a cidade onde passei a maior parte do meu intercâmbio, e vocês podem estar certos de uma coisa: trabalhar lá é satisfação garantida de intercâmbio inesquecível. Pra quem gostou das coisas que descrevi nesse blog, mas está achando difícil ser contratado no Brasil pelo Big Sky Resort, essa é a grande chance. Uma vez dentro do Bucks, que é um dos melhores lugares para se trabalhar, é possível conseguir emprego no Big Sky Resort, no Moonlight Basin ou em qualquer negócio que tenha ao redor. Nenhum desses lugares fica a mais de 30 minutos do outro, sendo que o transporte dentro da cidade é gratuito.
__É importante lembrar que Big Sky tem só 500 habitantes. Ela é uma cidade turística por causa do esqui, das montanhas, da quantidade absurda de neve e só. Para quem gosta de vida urbana, esse não é o lugar certo. Mas se você quer saber como é viver nas montanhas e saber o que é enfrentar temperaturas de até 47 graus negativos, não pense duas vezes. Além de a paisagem ser espetacular, o povo de lá é inacreditavelmente amigável e hospitaleiro. Isso para não falar no Yellowstone Park. Pesquisem sobre esse parque! É uma das maiores belezas naturais americanas. PESQUISEM!
__O recado está dado! O intercâmbio da vida de vocês está aí. A feira é dia 18.
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quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Mais desculpas

Yeah yeah, eu sei, podem criticar, xinguem mesmo. Eu deixo. Sou uma mãe desnaturada, uma blogueira sem consciência. Pobre, pobre sitezinho, abandonado às traças virtuais, exceto pelos salvadores posts do Renan. Vamos, quero mais xingamentos. Não foi o suficiente ainda.

Agora vem o discurso político das desculpas. Eu juro solenemente que eu não sabia. Opa, discurso errado, esse tem dono e é patenteado. Posso fazer melhor que isso. Eu sei que posso.

Enfim, primeiro eu arrumei um emprego, depois período letivo na faculdade começou. E como todos vocês sabem, esse é o semestre de estudar, estudar e estudar mais um pouco. Reposição de maneira alguma e finais nem em sonho. Quero ir pros USA!

Segunda parte das desculpas. Todos vocês também lembram daquela já ultrapassada confusão com o consulado. Pois é. Até ela eu tinha tudo bem traçado. Ir para Aspen, empregos engatilhados, roomates negociados... Então veio o caos. Para onde eu vou? Com quem? Fazer o que? Por quanto? Depois de kikar por diversos destinos (Breckenridge? Não não, Sun Valley? Pode ser. Não não. New York! Também não. Ah, Vermont, é, agora vai. No honey, não ainda.) finalmente me aquietei em um. Problema é que tenho que agora correr atrás de casa (Welcome to the 2007/2008 Park City House Hunting), emprego. Então estou basicamente sem tempo.

E ainda por cima (sim, isso mesmo, tenham pena de mim) ainda tenho q correr atrás dos documentos para o consulado. O Dia D se aproxima. 24 de setembro... *musiquinha do filme Tubarão*

See ya! Continuo nos meios virtuais de sempre, embora menos presente no msn. Mas meu e-mail será sempre receptivo!

Coisas que os intercambistas têm que engolir


__Às vezes me perguntam por e-mail se os americanos são rudes com os estrangeiros. A resposta é não, muito pelo contrário. É verdade que durante meu período de trabalho nos EUA eu engoli certos desaforos, mas nada que não aconteceria comigo aqui no Brasil mesmo.
__Abaixo, alguns dos sapos engolidos por mim e meus colegas:

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__Eu estava trabalhando na recepção do Huntley Lodge, hotel que fica na estação de esqui que mais emprega intercambistas na região, o Big Sky Resort, quando uma hóspede apareceu louca da vida:
__-Eu tentei trocar esses ingressos do Moonlight Basin na bilheteria daqui, mas eles não me deixaram, e eu não consigo fazer essa troca em nenhum lugar.
__-Desculpe, senhora. Eu também não posso fazer essa troca. O Moonlight é outro resort. Embora os dois resorts sejam ligados, a gente só pode manipular os ingressos do Big Sky.
__-Não me diga que você não pode. Eu sei que você pode, mas a verdade é que você não quer.

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__Minha colega brasileira Priscilla trabalhava comigo na recepção do Huntley Lodge quando uma senhora chegou enrolada numa toalha e lhe disse:
__-Eu não encontro uma porcaria de toalha naquela piscina. E ela está gelada!
__-Perdão, mam. Eu vou mandar umas toalhas agora mesmo e vou pedir para a manutenção checar a piscina...
__A senhora gritou:
__-Quem falou em piscina? Eu disse Hot Tub! Por que você não manda alguém para arrumá-la de uma vez?

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__De tempos em tempos, os funcionários do Huntley Lodge tinham acesso a um conjunto de reclamações e elogios feitos por escrito pelos hóspedes. Consultando esse relatório, tínhamos uma noção do que poderíamos melhorar no nosso trabalho. Certa vez, lemos a seguinte queixa feita por uma visitante:
__"Na próxima vez que eu visitar o resort, eu gostaria de ser atendida por alguém que fala inglês. Não tenho nada contra estrangeiros. Mas, na próxima vez, eu gostaria de ser atendida por um americano".
__Essa visitante provavelmente foi atendida por um intercambista que teve alguma dificuldade na hora de falar inglês. Acho que essa situação não se repetiria no nosso país, pois é difícil imaginar um americano tendo que trabalhar no Brasil e apanhar do português para conseguir pagar pelo seu programa de intercâmbio. Mas todos nós sabemos que o nosso povo sabe ser hostil e desonesto com os visitantes estrangeiros e que comentários preconceituosos contra vários países rodam por aí como fofoca, sendo que muitos desses comentários costumam sair da boca do próprio Presidente da República.
__Também é importante lembrar de uma prática irritante dos estrangeiros que trabalham nos EUA: quando eles não entendem o que um cliente americano pergunta, eles ficam sorrindo, fingindo que entenderam o que foi dito. Eu fiz isso no hotel onde trabalhava até levar uma bronca do meu chefe. Recomendo aos intercambistas que não tentem enrolar os clientes com sorrisos. Caso não entendam alguma palavra, peçam que o cliente a repita. Se ele usar expressões que o intercambista não conhece e sabe que não vai entender, é bom chamar alguém que domine melhor a língua para ajudar.
__Os americanos conhecem muito bem e odeiam essa tática de ficar sorrindo e fingindo que entendeu.

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__O Huntley Lodge recebia os hóspedes às 4 horas da tarde. Às 10 da manhã, esses hóspedes deveriam deixar o hotel ou pagar uma nova diária. Embora todos eles fossem informados dessa regra várias vezes, muitos gostavam de ficar enrolando no quarto e acabar saindo depois da 1 da tarde. Por isso eu deveria telefonar para os quartos dos enrolões todas as manhãs e informar mais uma vez sobre o horário de saída.
__Certa manhã, liguei para o quarto de uma hóspede atrasada para lembrá-la da regra. Eram aproximadamente 11:30.
__-Alô?
__-Bom dia, mam. O horário de saída é 10 da manhã, então eu estou ligando para saber quando vocês pretendem sair ou se vocês pretendem extender a reserva.
__-Ah, sim. Eu vou sair às 2 da tarde hoje, mas não vou extender a reserva.
__-Entendo. Bem, na verdade, como o horário de saída é 10 horas, a senhora precisa falar diretamente com a gerente do hotel para pedir esse horário especial...
__-Não, não, não. Você não está entendendo. Eu não vou pedir nada. Eu só estou deixando você saber que eu vou sair mais tarde.
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domingo, 2 de setembro de 2007

Raízes



__O número de recepcionistas que trabalhavam comigo variava de acordo com o número de visitantes do hotel. Naquele dia, trabalhávamos eu e um americano. Tínhamos poucos hóspedes circulando pelo lobby e já havíamos recebido quase todos as pessoas que estavam para chegar. O tédio começava a tomar conta de nós. Conversa vai, conversa vem, começamos a falar sobre viagens. Perguntei:
__-Sabe para onde eu gostaria que fosse minha próxima viagem internacional?
__-Onde?
__-Irlanda.
__-Muito boa idéia. A Irlanda é demais! Eu sou irlandês.
__-Irlandês? Eu sempre achei que você fosse americano.
__-É. Eu nasci nos Estados Unidos, mas eu sou Irlandês.
__-Como assim? Se você nasce nos Estados Unidos, você é americano. Seus pais são irlandeses?
__-São.
__-Quando eles vieram para os Estados Unidos?
__-Não... eles nasceram nos Estados Unidos também.
__-Então como é que vocês são irlandeses?
__-É que meus bisavós vieram da Irlanda.
__-Haha! E por isso você é irlandês?
__-Claro!
__-Você fala irlandês?
__-Não.
__-Já visitou a Irlanda?
__-Não, mas pretendo visitar um dia.
__-E o que você faz nos feriados irlandeses?
__-Cara, o San Patrick's Day é mais importante do que Natal para mim. Eu começo a beber logo que acordo.
__-Se você é irlandês só porque seus avós são, então eu sou alemão, porque meu bisavô era alemão e minha avó aprendeu a falar português só depois dos seis anos.
__-Isso, então você é alemão.
__-E eu também sou italiano, porque meu bisavô por parte de mãe era italiano.
__-Isso. Você é italiano também.
__-E também sou português, porque um avô meu é descendente de português.
__-Isso.
__-Claro que não, cara! Eu nasci no Brasil, então eu sou brasileiro!
__-Claro que não! Você é italiano, alemão e português.
__-Isso não faz o menor sentido.
__-Claro que faz. Eu não sou americano só porque nasci aqui. Eu sou irlandês, já que meus ancestrais vieram da Irlanda.
__-E quem são os americanos então?
__-As pessoas que vêm daqui.
__-Só os índios vêm daqui. O resto veio de fora, assim como no Brasil. Como é que você sabe que seus ancestrais da Irlanda não são descendentes de pessoas que vieram de outros países?
__-Pode ser. Mas os moradores da Irlanda estão lá há milhares de anos.
__-Como é que você sabe?
__-Eles ensinam isso na escola. Não ensinam isso no Brasil? Vocês não estudam Revolução Francesa?
__-Claro que sim. Mas seus tataravós poderiam ter nascido em um país qualquer e depois terem se mudado para a Irlanda. Como é que você pode dizer que você é irlandês se você não sabe de onde seus tataravós vêm? Você pode ser africano. Como você sabe que você não é da África?
__-Cara, eu acho que você não sabe do que você está falando. Eu sou irlandês e tenho orgulho de ser irlandês.
__Não vejo muito sentido no orgulho nacional. Se não deveríamos ter orgulho da nossa cor branca, preta, vermelha ou amarela, que nascem conosco, por que deveríamos ter orgulho da nossa nacionalidade, que também nasce conosco?
__Posso perceber alguma coerência naqueles que dizem ter orgulho do país e, por isso, vivem no país, mesmo tendo a chance de abandoná-lo. Já a atitude de quem tem orgulho de um país no qual nunca morou, nunca visitou e cuja língua ele não fala, eu acho particularmente estúpida.
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quarta-feira, 25 de julho de 2007

NOTICIA IMPORTANTE

Em meio a toda essa polemica das datas do consulado recebi hoje uma ligação importantissima da IE.

Atenção! Prestem bem atenção! Estão sentados? Se não estiverem, sentem-se

Lembra que o consulado iria exigir retorno nas datas das férias? Lembrou? Agora esqueça!!!! Isso mesmo. O consulado voltou atrás devido a pressões do sponsor, dos empregadores, da agência... Agora TODOS os estudantes que estiverem aplicando para o visto J-1 terão seu visto concecido até 15 de Março SEM precisar comprovar férias até essa data. Não, não é piada. Não, não é primeiro de Abril. A IE está atualmente ligando para os clientes para informar essa novidade!

Segue o trecho do email que confirma essa noticia

"Por último, aviso a todos vocês de uma mudança que sem dúvida será muito bem recebida por vocês, pelos empregadores e pelos alunos. Depois da reunião, recebemos vários emails argumentando a nova regra que exigia que os alunos voltassem no começo das aulas. Neste ano, a data que será exigida a todos é 15 de março, apesar de muitas faculdades começarem suas aulas em fevereiro. Sugiro que considerem este ano como um ano de transição."

Então hora de sair pra comemorar. E desculpem qualquer erro gramatical ou falta de qualidade no texto. A emoção e a felicidade estão tomando conta do meu ser!

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Email? Do Consulado? SIMMM! E vc?

E hoje faz-se historia... Ao menos aqui para o blog. Ineditamente, posto algo acontecido hoje mesmo. E dessa vez não vou dar uma de politica e prometer postar mais. Posto quando der... E imploro perdão até lá! :)

Confesso que faz uma semana que não leio comunidades do orkut. Shame on me. Estou completamente por fora dos recentes acontecidos. Não saberia sobre as entrevistas do consulado sendo marcada não fossem por amigos empolgados e comunicativos. Uns dois já vieram me falar, felizes da vida, que suas entrevistas no consulado tinham sido marcadas. Fico alegre por eles, festejo e anoto mentalmente "enviar DSs para a IE". Eu sei, estou relapsa. Isso de trabalhar interfere no WE. Mas como eu também quero uma entrevista só para mim, resolvo-me a mandar essa semana.

Bela manhã (praticamente tarde) de quarta-feira, no msn, conversando com um amigo e fellow intercambista, quando o seguinte dialogo acontece:

- Você já recebeu o e-mail?
- E-mail de que?
- Do consulado
- Ainda não... Tenho que mandar meus DS. rssss
- Mas eu não mandeeeei. Não precisa de mandar os dsss. Olhe no spam do seu email.
- Então... Então... Vou olhar.

E fui mesmo. Entre as centanas de spam do meu emailzito lindo, perdido entre anuncios de premios de loterias ganhos (ah, quem dera) e pilulas para melhorar o desempenho sexual (sexo errado, honeys), eu vejo... Contato Visto Online - Informações sobre o agendamento.

Abro o e-mail ansiosamente... E lá está a data mágica. A data da verdade. O dia em que eu vou saber se vou para os Estados Unidos ou para um hospital, em consequencia do colapso nervoso provocado pela negativa (dramática nada a menina, não acham?). Recife aí vou eu.... dia 24 de setembro às 10h da manhã!

Então fica aqui o conselho. Olhem seus spams! Seu e-mail do consulado deve estar lá. E fica também a promessa. Dia 24 ou 25 eu posto o resultado da entrevista!

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Respeito ao trabalho


__O pagamento mínimo praticado em Big Sky é de US$ 7,25 por hora trabalhada. Em outras partes dos Estados Unidos, esse valor cai para até US$ 5,15. Alguém que trabalha 21 dias por mês, 8 horas por dia, ganha US$ 865,20, o que equivale a 1643,88 reais. Só há uma situação em que uma empresa pode pagar menos do que o equivalente a 1643,88 reais mensais a um trabalhador na terra do Tio Sam, que é quando um empregado exerce uma atividade tradicionalmente remunerada por gorjetas, caso dos atendentes de bar e restaurante e dos camareiros de hotel. Como as gorjetas são altas e vêm em grande quantidade, esses trabalhadores ganham muito mais do que a remuneração mínima estabelecida por lei.
__A maior parte dos intercambistas com quem convivi chama essa remuneração mínima americana, maior do que quatro salários mínimos brasileiros, de respeito ao trabalho. Eles entendem que, nos Estados Unidos, dá-se muito mais respeito a um faxineiro do que se dá no Brasil, e que essa é a razão do pagamento mínimo de 1643,88 reais mensais. Eu discordo dessa posição.
__Trabalhei nos Estados Unidos por quatro meses e viajei por dois meses. Não me lembro de ter percebido esse respeito maior pelas profissões em relação ao Brasil. Vi os faxineiros recebendo dos seus chefes o mesmo tratamento que recebem aqui. Fui colega de muitos deles no Big Sky Resort. Vi os visitantes do resort xingando os recepcionistas de incompetentes também da mesma forma como sempre vi na minha terra. Um gerente me contou risonho e orgulhoso sobre a subordinada com quem acabara de gritar e fizera chorar . Ainda vi gerentes gerais sendo tratados com desrespeito sem tamanho por consumidores. Quero relatar dois casos que presenciei para evidenciar meu ponto de vista.
__Depois que os visitantes do resort compram um ingresso para esquiar, eles dirigem-se a um teleférico para subir alguma montanha. Na entrada do teleférico, os ingressos das pessoas precisam ser checados por um funcionário que usa um leitor de código de barras. Como os empregados checam centenas de ingressos por dia, eles não são capazes de se lembrar dos rostos dos visitantes que acessam um mesmo teleférico mais de uma vez, o que obriga esses empregados a checar vários ingressos mais de uma vez. Certo dia, um pai se irritou com uma empregada que quis checar duas vezes o ingresso do seu filho. Foi com a criança até a bilheteria para falar com o superior da trabalhadora, que também era o meu superior e era o gerente do serviço de atendimento ao cliente para ingressos.
__O pai fez questão de não se comportar respeitosamente. Entrou na bilheteria batendo nas mesas e nas paredes de madeira, gritando e alardeando sua raiva e sua insatisfação com a estação de esqui. Embora o gerente não tenha levantado a voz, o cliente gritava cada vez mais alto. Seu ataque mais nojento foi esse:
__-Você tem segundo grau? Eu sou doutor!
__Também teve a vez em que um hóspede bateu boca com a gerente do hotel em que eu trabalhava. O visitante era proprietário de um dos quartos do hotel. Esse quarto poderia ser usado por qualquer hóspede a qualquer época do ano, mas deveria ser reservado com antecedência para os seus proprietários quando estes quisessem usá-lo. Por um erro da administração, o quarto em questão estava sendo usado por um outro hóspede quando os proprietários, um casal de 40 anos, chegaram no hotel.
__Primeiramente, o gerente da recepção explicou respeitosamente o problema para os proprietários assim que eles apareceram para o check in, e disse que a gerência já estava trabalhando numa solução rápida. A mulher tirou o ar dos pulmões para enchê-los com arrogância e dizer:
__-Eu quero falar com o seu superior!
__Veio a gerente do hotel para a recepção. Conhecida por sua calma, simpatia, educação e carisma, ela explicou suavemente e com sincero pesar o erro cometido pelos funcionários, pediu perdão e também prometeu uma solução rápida. Então foi o homem quem tentou chamar a atenção do mundo para si. Ele gritou, para que todos ao redor pudessem calcular quanto dinheiro ele havia acumulado ao longo da sua vida:
__-Eu não paguei meio milhão de dólares nesse quarto para passar por isso!
__A mulher voltou a falar:
__-Mais de meio milhão! Queremos falar com o seu superior. Você é a gerente do hotel? Não é possível que não tenha ninguém acima de você com quem eu possa falar!
__Não caberiam aqui todas as histórias sobre os chefes de alguns serviços do resort que não conhecem as expressões "obrigado" e "por favor"; das vezes em que clientes debochavam dos erros cometidos por empregados ou da sua falta de habilidade com o inglês e das vezes em que o empregado dizia ter ordens para não realizar determinada alteração de datas de reservas de quarto de hotel ou valores de ingressos e o cliente xingava o trabalhador de preguiçoso que inventa desculpas para não fazer o que deve.
__Minha opinião vem desses episódios aos quais assisti diariamente por seis meses. Chefes e clientes que adoram colocar o dedo na cara do empregado e envergonhá-lo quando ele está trabalhando honestamente e tentando dar o seu melhor marcam os dias dos trabalhadores americanos, da mesma forma que acontece no Brasil todos os dias.
__Se não há maior respeito pelo trabalho nos EUA, porque o pagamento é tão alto para atividades que no Brasil são tão mal remuneradas?
__A resposta está no balanço entre oferta e procura de mão-de-obra. Placas chamativas onde se lê "contratando" estão espalhadas pelas áreas de comércio e de serviço das pequenas e grandes cidades americanas. Tendo tantas opções de emprego, cidadãos só aceitam trabalhos pesados se for para ganhar bem. No desespero para gastar menos com empregados, os cassinos, estações de esqui, hotéis e lojas de conveniência "importam" trabalhadores jovens, os intercambistas, para serviço temporário. Nesse tipo de emprego, os intercambistas são pagos como nunca foram antes nos seus países com menor vigor econômico, mas não por uma questão de respeito ao trabalho, e sim em função da escassez de trabalhadores na região do empregador americano.
__Reconheci o ato de dar gorjeta como demonstração de respeito até pouco tempo atrás. Uma conversa com uma amiga americana me fez rever esse conceito. Estávamos num metrô de Nova Iorque quando vi uma oferta de emprego estampada perto do teto. A placa dizia que, além do salário, o trabalhador ganharia tips, palavra inglesa para gorjetas. Do lado do anúncio em inglês, vi o mesmo anúncio em espanhol, que traduzia a palavra tips como propinas. Comentei com a minha amiga:
__-Aquela palavra em espanhol ali no anúncio, propinas, significa algo como "suborno" em português. É quando você paga alguém para fazer algo desonesto.
__Ela nem pensou para responder:
__-No fundo é tudo a mesma coisa. A gorjeta é um suborno. Você dá uma gorjeta para ser bem atendido, sendo que deveriam tratar todos bem, com ou sem gorjeta.
__Não sei até onde essa opinião da minha amiga representa a opinião geral dos "gorjetistas" americanos. Mas, se é assim que os americanos vêem a gorjeta, como um suborno, ela com certeza não representa respeito ao trabalho. A gorjeta vista assim se parece mais com a nota de um real que os proprietários de carro dão aos meninos das ruas para que não risquem seus carros, ou com as moedas dadas aos limpadores de vidro dos semáforos, para que eles não coloquem a cabeça na janela e intimidem o motorista com um olhar agressivo.
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segunda-feira, 25 de junho de 2007

Devo visitar o Brasil?







__Eu trabalhava checando ingressos em algum dia de janeiro quando um skier me perguntou, em inglês:
__-De onde você é?
__Eu ainda não havia pedido pelo seu ingresso, nem falara com qualquer pessoa próxima a ele. Portanto, não fora pelo sotaque que ele percebera que eu era estrangeiro.
__-Como você sabe que eu não sou daqui?
__-Na verdade, eu não sabia que você não era daqui. Só quis começar uma conversa.
__-Ah... ok. Eu sou do Brasil.
__-Eu queria visitar o Brasil, mas está tudo muito violento por lá.
__-É verdade. Está mesmo.
__-E aí? Você acha que eu devo ir ao Brasil ou não?
__Viver uma rotina de paz foi uma das melhores partes da minha experiência como intercambista. Poder pegar o ônibus a qualquer hora e em qualquer lugar, chegar em casa a qualquer momento da noite, caminhar pela rua na maior escuridão, não precisar trancar a porta do alojamento... eu vivia a rotina que sonho que o Brasil possa ter um dia.
__Correr riscos tão altos de se perder a vida na mão de um assaltante sempre foi o que pesou mais nas minhas reflexões sobre sair definitivamente do Brasil. Disciplina pode atenuar muitos dos problemas com que os brasileiros convivem: adotar uma dieta saudável e exercitar-se regularmente pode evitar ter que enfrentar uma fila de hospital público; estudar muito pode garantir uma vaga numa universidade pública de qualidade; poupar pode garantir recursos para uma aposentadoria tranqüila e independente da miséria paga pelo INSS, ou pode resultar num bom capital inicial para quem não tem alternativa a não ser abrir um negócio depois de perder o emprego. Esses são todos problemas que acreditamos poder resolver com esforço e trabalho duro. Mas o que se pode fazer para se sentir seguro quanto à vida? Latrocínios acontecem dentro dos ônibus, dos bancos, na frente das universidades e das escolas. Bandidos pulam portões e arrombam portas de casas, invadem prédios e fazem dezenas de reféns dentro de seus apartamentos, atiram em policiais dentro de shopping centers. O Brasil é o país onde nasceu o seqüestro-relâmpago, o arrastão e onde o clima de medo tornou o cidadão vulnerável a um golpe tão grosseiro como o disque-seqüestro. E agora aquele americano preocupado com a violência brasileira me perguntava se era uma boa idéia visitar o meu país. Poderia eu dizer a ele que sim? Eu, que tantas vezes pensei em abandonar meu país por causa do perigo de se andar pelas ruas, mesmo que de dia? Respondi:
__-Não. Não visite o Brasil.
__O americano caiu na risada e pegou o teleférico. Meu colega de trabalho estava a alguns metros de mim, mas ouvira toda a conversa.
__-Renan, você está louco? Você confirma o que o cara diz! Não é tão perigoso assim. Você tem que fazer uma imagem boa do seu país.
__-Não. Tenho que dizer a verdade.
__Tenho que ser honesto ao descrever o meu país, mas não passei a imagem correta àquele americano. Mais de 3 milhões de estrangeiros visitam o Brasil anualmente e voltam inteiros aos seus países. Assim como acontecia com assaltos a brasileiros no passado, assaltos a turistas ainda aparecem nos noticiários, justamente por não serem tão freqüentes assim. Disse o que disse àquele americano por estar confuso ao viver num dos cantos mais seguros do mundo após ter vivido num dos cantos mais perigosos do mundo. O que lhe fazia ter medo de visitar o Brasil era justamente o que me faz ter medo de ficar no Brasil, e eu falhei em ser racional na hora de responder sua pergunta.
__Nos meses seguintes, quando me perguntaram se seria muito perigoso visitar o Brasil, respondi:
__-Você precisa saber aonde vai. Peça dicas aos guias locais para saber aonde você pode ir e aonde você não pode ir, e em quais horários. De preferência, tenha um amigo brasileiro com você, e não use relógios caros, roupas caras e brincos caros.
__É assim que vivo minha vida no Brasil. Ando atentamente e sem pertences pelas ruas. Sei em quais lugares eu posso andar com certa tranqüilidade, mas sempre com uma mão protegendo a carteira. Sei em quais lugares devo passar correndo e somente em caso de extrema necessidade, e sei em quais lugares não posso estar em hipótese alguma. Só depois de aconselhar muitos americanos a procederem dessa forma é que fui pensar em quantos brasileiros podem ter sido vítimas da violência tomando esses mesmos cuidados. Quantos seriam? Nenhum, dezenas, centenas ou milhares?
__Se algum dia um estrangeiro lhe perguntar se ele deve visitar o Brasil, lembrar-se deste meu conto pode ser útil para se encontrar uma boa resposta. Lembre-se das precauções que eu tomo para chegar em casa vivo todos os dias, e então procure saber se eu ainda vivo ou se já fui vítima da violência desse país.
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sábado, 23 de junho de 2007

Desculpas (3) e Boas vindas

Esta que vos escreve vem por meio desta humildemente pedir desculpas pela falta de posts novos. Planejo corrigir (é, eu sei, já prometi isso antes... estou virando política... :D) isso por esses dias. Enquanto eu enrolo vocês com promessas vazias, aproveito também a oportunidade para um comunicado.

A partir de hoje o blog tem um novo colabodor. Meet Renan Caleffi de Oliveira, um portoalegrense de 20 anos, estudante de Ciências Contábeis, que trabalhou nessa última temporada (2006/2007) em Big Sky, no estado americano de Montana. Ele vai ajudar a preencher os (muitos) lapsos entre meus posts com historias sobre a viagem e outras coisas. Agora, sejam educados e digam "Olá, Renan!" como a tia ensinou!

E eu sei que não mereço.... Mas... por favor, imploro... de joelhos... comentem!!!! ^^

Beijos aos meus amados leitores (em especial ao meu adorado anônimo. Estou com saudades!) e fui!

quinta-feira, 14 de junho de 2007

Mudanças nas regras do visto: parte 2

Quem tinha esperanças que as mudanças fossem apenas boatos de mau-gosto ou que o Consulado reconsiderasse, pode ir perdendo as ilusões. Na reunião prevista e realizada hoje, o Consulado não só confirmou as alterações comentadas como tratou de outras questões.


Datas do DS-2019
Não adianta chorar nem espernear. Não serão aceitas em hipótese alguma datas do DS-2019 fora do período de 15 de Novembro a 15 de Março. E essa regra será aplicada em todos os Consulados Americanos no Brasil.

Ex-participantes
Alerta a quem planeja viver de Work Experience. O Consulado será mais rígido nas entrevistas com quem já participou mais de duas vezes do programa. Eles consideram que o objetivo do programa é cumprido com uma ou duas participações. Porém, isso não quer dizer que o visto será negado, apenas que serão mais rigorosos.

Nível de Inglês
É bom ir treinando o inglês pois o Consulado avisou que quem não tiver nível de inglês de conversação no dia da entrevista pode ter seu visto negado. Let's practice!

As agências que participaram dessa reunião tiveram datas definidas para o Consulado, datas estas que serão divulgadas em Julho ou Agosto.



Agradecimentos a Claudio Chalom da BEX
Post original no Orkut

sábado, 9 de junho de 2007

Dúvidas: Qual a melhor cidade para se trabalhar?

Acredito que essa é uma das dúvidas mais frequentes das comunidades do Orkut. Muitos já responderam, muito bem, essa pergunta. Mas é uma pergunta válida e relevante, portanto, achei importante aborda-la por aqui.

Não existe uma resposta simples, direta e correta para essa pergunta. Isso acontece porque, assim como todas as outras etapas do programa, é uma decisão extremamente pessoal. E da maior importância. Afinal, é nessa cidade que você vai morar, trabalhar, fazer amigos, enfim, viver o programa. Escolha mal e a viagem dos sonhos pode não ser tão legal quanto você achou que poderia ser.

Mas como saber qual a cidade correta?

Não tem uma solução perfeita, mas acredito que a melhor é avaliar suas prioridades. Neve e esportes de inverno? Cassinos? Praias? Festas? Dinheiro?

Dependendo do que você quer, diversas cidades entram na lista e muitas outras saem. Lembrando que é praticamente impossivel encontrar uma cidade que junte TUDO o que é legal. Ou seja, dificilmente vai haver uma cidade com neve, snowboard, que tenha cassinos, muitas festas, cujo sálario seja fantastico e que poucos brasileiros conheçam. Você vai ter que optar, levando em conta o que você mais deseja.

Algo que vale ressaltar é a presença brasileira nos Estados Unidos. Basicamente, somos uma praga. :) Todos os lugares legais, mais ou menos legais ou escondidos tem brasileiros. Não vá esperando encontrar um lugar brazilian-free. É bem provável que ao menos outra pessoa tenha tido a mesma ideia que você. A decisão de conviver com esses brasileiros é sua. É perfeitamente possível fazer amigos americanos e sair apenas com eles. Afinal, muitos dos seus colegas de trabalho serão natives. E brasileiros sempre organizam as melhores festas. ^^

Para quem vai de self/walk-in, é sempre bom procurar um lugar com muita oferta de emprego e pessoas para dividir casa. Destinos turisticos, como as estações de esqui do Colorado ou da California, resorts, como os da Flórida ou ainda cidades grandes são todas boas opções.

Já para quem vai de job fair, a boa é pesquisar muito sobre todas as ofertas de emprego disponiveis. Como é a cidade, qual a opinião de pessoas que já trabalharam para aquele empregador, o que ele oferece, qual os cargos e salários, etc. Baseado nessas informações dá para ter uma noção das opções e não decidir na hora da entrevista.

Em resumo, a única pessoa que pode responder essa pergunta é o próprio intercambista. Então vista uma roupa confortável, arrume seu canto no pc e prepare-se para muita pesquisa e longas horas na frente do computador. Boa sorte!!! :)

sábado, 2 de junho de 2007

Mudanças nas regras do visto

Ao se pesquisar sobre o programa de intercâmbio Work & Travel, uma das primeiras informações que se encontra é que o programa pode durar entre 3 e 4 meses com uma prorrogação de 30 dias para viagens, o "Grace Period".

A data exata do visto é determinada no formulário DS2019 e é embasada na declaração de férias apresentada para a agência ou na declaração do próprio intercambista (vide Documentos: Declaração de Férias).

Porém agora isso mudou. Em comunidado via e-mail às principais agências que operam com esse tipo de intercâmbio, o Consulado Americano de São Paulo informou que o DS2019 só poderá ser emitido dentro de uma "janela" que vai do dia 15 de Novembro até 15 de Março, limitando assim a estadia dos participantes do programa.

Mas porque a mudança?

O programa J-1 Summer Work & Travel foi desenvolvido para que estudantes universitários entre 18 e 29 anos trabalhassem durante as férias. Porém, como o visto permitia um périodo de até quatro meses, muitos intercambistas trancavam a faculdade ou alteravam as datas de férias da faculdade para permanecer mais tempo nos Estados Unidos, prática essa que não é permitida, porém pouco fiscalizada. Até agora.

O Departamento de Estado americano decidiu mudar isso e como resultado, surgiu essa nova regra, visando evitar o desvio no proposito do programa. Após diversas pesquisas e reuniões, chegaram a conclusão que nenhuma faculdade brasileira extende seu periodo de férias para além do dia 15 de março, data essa que ficou marcada como data limite para o fim do DS2019. Porém, se a data de férias está fora do período permitido, seja em função de greve ou outro motivo,ela pode ser alterada desde que se comprove o fato no consulado.

Com relação ao Grace Period é pouco provável que ele seja cancelado, pois é comum a todos os tipos de visto J-1, não apenas aos do Summer Work & Travel.

Lembrando ainda que essa informação ainda não é oficial, devendo ser comunicada oficialmente ou não na reunião do consulado com as agências.



Agradecimentos a Felipe da Intercultural e Claudio Chalom da BEX

terça-feira, 15 de maio de 2007

É hoje... Não não... Amanhã? Não... QUANDO?

O passaporte. Sem ele não podemos viajar. Sem ele não tem Work. Sem ele simplesmente não somos ninguém lá fora... E sem ele não concluimos a documentação para mandar para a agência, dela para o sponsor e do sponsor para mandar o DS2019... Logo, eu precisava de um... E urgente.

O Google é o santo padroeiro de qualquer internauta. O santo protetor dos burros, confusos e necessitados. :) E como fiel seguidora, lá fui eu procurar o que precisava para tirar o passaporte e onde eu deveria ir para solicita-lo.

Tropeço de primeira com o site da Policia Federal (e nem precisei do "I'm feeling lucky", eu não sou mesmo... hehe). Todas as instruções estão lá. Beleza, anoto os documentos necessários, imprimo o GRU, vasculho a casa inteira atrás do meu passaporte antigo, preencho e imprimo o formulário, saiu de casa e vou tirar as xerox necessárias de CPF e RG. Lembro que ainda preciso das fotos datadas.

Arrumo um tempo na minha ocupada agenda (vagabundo também tem ocupação, sabia?) para ir resolver isso, visto a primeira blusa mais ou menos arrumada que acho e lá vou eu tirar a danada da foto com datinha. Tiro a foto, pago e espero a revelação. Hey, what the heck is this? Estupidez é uma coisa engraçada. Especialmente a própria. Na ansiadade de ir tirar a foto, não me toquei de um "pequeno" detalhe. A blusa "escolhida" era preta e branca. Listrada. E com a plaquinha da data... Virei uma presidiária de filme americano. Realmente ótimo para por no passaporte e apresentar no consulado americano. Great. Yay me!

Mas... nem tudo está perdido (será?). Tenho um passaporte para tirar. Marco com um amigo para a tarde seguinte ele ir comigo na DPF, pois (para variar) eu não tinha minima ideia de onde ficava. Chego lá, no endereço indicado no site somente para ser encaminhada para outro lugar, pois eles não estavam lidando com passaportes. Chego no prédio indicado, pergunto se era lá que emitiam passaportes. Diante da afirmativa, entro confiantemente, munida dos documentos, para pedir o meu. Doce ilusão. Senhas esgotadas... Senhas? Que senhas? Como assim "senhas"?

Aparentemente, devido ao pouco número de passaportes emitidos pela Casa da Moeda (que anda trocando os passaportes) e pela grande procura aqui (grande procura? Na minha cidade? Ok... Essa é nova) os passaportes estão sendo emitidos meramente com a apresentação de uma senha, porque estão economizando passaportes (e passaporte é energia para ser economizado? Affe!). Tome aqui a lista de documentos, o telefone da Delegacia e ligue para saber quando teremos uma nova remessa.

Desolada, mas decidida a ser a maior pé no saco na historia da Policia Federal, guardo cuidadosamente o número e volto para casa. Passo a sexta-feira seguinte ligando manhã e tarde para a DPF, para ser informada que nada de novo havia no front. Segunda feira. Idem. Terça-feira. Opa, novidade. Amanhã serão distribuidas 40 senhas. Venha de 7 da manhã, pegue a senha e peça o passaporte. Simples assim.

Simples? E o Brasil tem algo de simples quando se trata de burocracia? Saio de casa de 6h30 da manhã de casa e vou até o mesmo simpático prediozinho. Senhas esgotadas. Volte amanhã. Como assim? ESGOTADAS? Eu acordo mais cedo para ir pegar a merda da senha para descobrir que não fui rápida o suficiente no gatilho... My God.

Decidida a conseguir o passaporte e sabendo que 40 senhas seriam distribuidas no dia seguinte, resolvo-me a acodar no dia seguinte de 4h da manhã, só para não ter perigo de não pegar senha.

Aproveito a má sorte da espera para corrigir meu probleminha com fotos. Doeu no bolso, mas valeu a pena. A foto continua uma desgraça (alguém já ouviu falar de uma foto pra documento legal?), mas ao menos não é uma "mug shot". Volto para casa, programo o celular e vou dormir.

4h da matina. Maldito celular toca. Mais meia hora. Tá tão escuro lá fora...
4h30 da matina. Levanta! Você tem um passaporte para solicitar. Anda. Saia da cama!
4h50 da matina. Carros? Como assim outros carros? Tem gente aqui? Mas já? Nem são cinco da manhã direito!
5h00 da matina. EU TENHO UMA SENHA!!!! Mas a comemoração fica para depois. Meus bocejos me levam para cama... afinal posso pegar o passaporte a qualquer hora, como me informou gentilmente o Sr. Moço Policial. Não tenho condições fisicas nem emocionais de ir para a aula. Sonhos me aguardam... zZZzZZ

Algumas horas depois, acordo e vou, feliz da vida, dar entrada no meu passaporte. Sigo pelo caminho que posso fazer quase de olhos fechados (quase nada, fiz ele de olhos quase fechados mais cedo) e chego na minha velha conhecida delegaciazinha. Entro, confiante que não vou ser barrada e pergunto onde posso pedir o passaporte. O rapaz me informa que, infelizmente, as senhas estão esgotadas e que eu devo voltar no dia seguinte bem cedo. Mas eu tenho uma senha. HAH! Vou para a sala que me é apontada, aguardo a minha vez e apresento meus documentos ao senhor simpatico que me atendeu. Trocamos informações sobre os novos passaportes, a estranha procura por eles nessa cidade esquecida do mundo e as malditas senhas. Tem direito até a brincadeiras com um casal no guichê ao lado. Ao apresenter os documentos o atendende deles não havia pedido, ainda, a senha e o cara pergunta se ele não ia cobrar. Afinal, seria bem injusto ele não fazer isso depois de termos de acordar às cinco horas da manhã por conta dela. É rir para não chorar. Mas chorar para que? Estamos conseguindo um passaporte! Soltem os fogos, peguem as bebidas e vamos comemorar! O maldito está a caminho! Poucos dias nos separam. YUPPPI!

Retorno no dia marcado, uma terça-feira, para pegar meu baby. Mas os céus continuam conspirando contra mim. Greve da Policia Federal somada a um temporal completamente fora de época só para encher o saco. Porém, sou J-1. Não desisto nunca. Quero meu passaporte. E quero agora!

Nada como uma boa dose de educação, paciência e principalmente um funcionário com boa vontade. Quase uma hora de espera depois, assino meu passaporte e saio com ele em mãos. Yes, my darlings, I'm going to America!

Atraso 2: A Missão

Ok ok, eu sei. Sou uma mãe desnaturada. Não atualizo fazem séculos... Mas prometo compensar... Alguns posts seguirão este... :)

Agradeço do fundo do coração a paciência, os comments e principalmente as visitas. Não tenho como dizer o quanto é importante para mim saber que várias pessoas gostam do blog. Espero continuar no mesmo nível e acima. :)

E que siga a aventura!

quarta-feira, 2 de maio de 2007

Documentos: Declaração de Férias

A declaração de férias, isto é, um documento assinado e carimbado pela sua universidade ou faculdade atestando quando iniciam e quando terminam as suas férias, é um documento exigido por alguns sponsors americanos, entre eles o CCUSA, sponsor da IE e Intercultural.

Essa declaração é utilizada pelos sponsors como base para a emissão do DS2019, ou seja, é ela, no fim das contas, que irá determinar quanto tempo você terá de trabalho legal nos Estados Unidos. Muito embora o visto tenha duração máxima de 4 meses com 30 dias de Grace Period, é o DS2019 que determina a duração efetiva do visto J-1. E daí depreende-se a importância da Declaração de Férias.

Porém, é fato que muitas faculdades dispõe apenas de dois meses de férias (o que não é nem um pouco satisfatório para o Work & Travel) ou se oferecem mais, não é o tempo que você realmente quer. Se está disposto a faltar aula para trabalhar mais, então seguem algumas dicas de como conseguir uma data mais adequada na Declaração.

1) Explique. Tente explicar sua situação ao coordenador ou responsável na Secretária. Fale do programa, explique sua situação e veja se ele tem um bom coração e preenche adequadamente o seu formulário. Vale implorar para professores também.

2) Minta. Se você acha que o seu alvo não cederá a explicações verdadeiras e eloqüentes, apele para a mentira. Diga que vai trancar, que vai voltar mais cedo, que é só formalidade. Invente qualquer coisa que ache que pode "colar".

3) Enrole. Percebendo que o alvo não entende inglês (se estiver usando o formulário padrão da CCUSA), convença-o a deixar em branco o campo das férias dizendo que não precisa preencher e complete em casa.

4) Chore. Se nada acima funcionar, tente sensibilizar o coração de pedra com lágrimas.

5) Aceite. Se nada der certo e a faculdade for intransigente, calma, nem tudo está perdido. Aceite a declaração "real" e peça ajuda e conselhos ao seu consultor. Ele irá lhe dar boas dicas ou oferecer soluções.

sábado, 21 de abril de 2007

Documentos: Passaporte

Como muitos sabem, o passaporte brasileiro está sendo substituído por um mais moderno, com mais segurança, adequado aos atuais padrões de segurança. Claro que isso vem com um custo extra. O novo passaporte custa quase o dobro do atual, porém só está disponível em algumas localidades (Anápolis, Brasília, Goiânia, Manaus e São Paulo). Nas demais, o antigo ainda é utilizado.

Documentação necessária para maiores de 18
- 2 fotografias 5x7 datadas
- Formulário de requerimento impresso e preenchido
- Comprovante de pagamento em reais da GRU
- Aprensentar RG ou Carteira de Identidade Militar
- Apresentar Titulo de Eleitor e comprovante de regularidade com a Justiça Eleitoral
- Apresentar comprovante de residência
- Apresentar certificado de reservista (para homens entre 18 e 45 anos)
- Apresentar certificado de naturalização (para naturalizados)
- Apresentar passaporte anterior (se houver)
- Documentação em detalhes

Documentação necessária para menores de 18
- Os acima citados
- Autorização dos pais ou responsável legal em formulário próprio ou do Juiz competente.
- Autorização de viagem preenchida e assinada pelos pais com reconhecimento de firma em cartório
- Documentação em detalhes


Para outras informações sobre passaporte, visite o site da Polícia Federal

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Dúvidas: Qual a melhor modalidade para mim?

Várias pessoas tem me procurado por esses dias com a pergunta do título e variantes. É uma dúvida válida. Passei por ela, vocês todos viram o meu dilema. E muitos que começaram a pesquisar agora e com certeza outros que ainda irão começar vão se perguntar isso em algum ponto.

Porém, infelizmente não é uma pergunta que eu possa responder, pois se trata de algo extremamente pessoal. O que posso fazer é ajudar a chegar na resposta. Então apertem os cintos e vamos lá.

Placement
Pode, talvez, ser considerada como a opção mais "fácil" de todas. Certamente é a mais cômoda. Você contrata a agência, preenche um formulário com caracteristicas, habilidades e preferências. Seu trabalho para por aí. Agora é a vez da agência fazer o serviço sujo, que consiste em comparar o seu "curriculo" com as vagas disponíveis nos empregadores associados à agência. E voilá! You got a job, baby. Agora é hora de arrumar as malas e conseguir uma casa (embora isso não seja exatamente sempre fácil). Maravilha! Porque então existem as outras opções? Para que problemas se tudo pode ser tão simples? É aí que entra o pulo do gato. Lembra como as agências comparam seu curriculo com os empregadores cadastrados com elas? Então... Esses empregadores vão desde resorts maravilhosos em Lake Tahoe, Park City ou Naples até um obscuro restaurante no Missouri. E você simplesmente não pode escolher. Apenas indicar o que prefere. É uma espécie de loteria glorificada. Feeling lucky? Além disso, ainda existe a maldita claúsula "lock-in". Nada de trocar de emprego, nada de sair do que você foi contratada... Está presa a ele. A menos que você tenha um chefe muito bonzinho ou muito ruinzinho. Porém, apesar de todas as variaveis, é uma opção muito interessante para marinheiros de primeira viagem, inseguros, indecisos, de quem se garante no currículo ou quem não tem tempo de pesquisar, não sabe como nem quer aprender.


Job Fair
É uma outra opção fantástica. A agência reune para você, ao vivo e a cores, dezenas de empregadores, de ótimos a medianos, que estarão lá de mãos abertas para lhe receber. Um verdadeiro buffet de empregos. Toda a vantagem de impressionar os empregadores com sua personalidade esfuziante, seu inglês bom, enfim... Oportunidade de vender seu peixe pessoalmente. Você ainda pode escolher qual empregador vai lhe entrevistar, o que significa uma liberdade de escolher o lugar para onde se vai. Soa perfeito? Sim, soa. Mas... Sempre o "mas". A nossa velha amiga "lock-in" também aparece por aqui. E não ache que é um buffet "all you can eat". Limite-se a um prato, digo, empregador apenas. Seja uma entrevista, ou três, você terá um número determinado de escolhas e entrevistas. Além disso, para participar da feira, você precisa ter um nível de inglês bem decente. Desista se seu inglês é mais do tipo "yes" ou "no" que estar apto a traduzir um texto sem ajuda de dicionário. Outro detalhe, é que alguns empregadores exigem uma determinada data de ida e retorno. Mas de modo geral, é uma das melhores opções. Vale avisar que quanto mais prestigio sua agência (ou o sponsor) tiver, melhores serão os empregadores.


Independent (walk-in)
Sou suspeita pra falar dessa modalidade. Na minha humilde opinião é a melhor do mundo... Mas isso só sou eu :). A palavra chave aqui é liberdade. É tudo com você. Para onde vai, com quem vai, onde vai trabalhar, onde vai morar e tudo o mais que exigir escolha. Não tem "lock-in", não tem data de chegada nem de saída. O céu (e o DS2019) é o limite!!! Mas... mesmo aqui, nem tudo são flores... Essa é uma modalidade para os devotos do São Google. Se ele não era, vai virar seu melhor amigo, companheiro de todas as horas, um verdadeiro Todinho. Escolher a cidade é uma luta... A liberdade também pode ser sufocante, com tantas opções legais... chega a ser (quase) melhor que uma loja de doces! E depois vem a luta para pesquisar empregos, casas, como é a cidade... enfim... pesquisas intermináveis (e para uns loucos, prazeirosas). Sua nova rotina inclui abusar diariamente corretores de imóveis e RHs das empresas alvo. Checar seu e-mail cem vezes ao dia é normal e necessário. Vida social? Só nos fins de semana e depois do horário comercial... de lá. Aprender a contar fuso horário é requerimento. Mas... bem lá no fim do túnel do despespero tem a luzinha salvadora: walk-in. Não conseguiu emprego e o vôo é semana que vem? Relax, honey. Muitos empregadores estarão esperando você ir falar com eles pessoalmente assim que chegar nos States.


Independent (sem walk-in)
Particularmente considero essa a opção mais "difícil" e não recomendaria para aqueles que vão pela primeira vez. O diferencial aqui, em relação a anterior, é a necessidade de um emprego, qualquer emprego, para embarvar. No job, no USA. Não adianta chorar nem espernear. E muitos empregadores não contratam via e-mail. Marcam entrevistas. Não digo que seja impossível conseguir uma job offer. Mas é difícil. E a medida que o tempo for passando e nada for chegando... Bate o desespero. O único aspecto positivo, para mim, é o preço. É a opção mais barata de todas. É válido para returnees com contatos ou os sortudos com algum parente/amigo disposto a lhe contratar ou pelo menos a dizer que vai.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Belta, BEX e Experimento vs. IstoÉ

A matéria da IstoÉ trouxe muita repercussão entre os intercambistas e principalmente entre as agências citadas na matéria. Visando mostrar o "outro lado da moeda" essas agências e a BELTA (associação que reúne as principais e melhores agências de intercâmbio do país), usando do direito constitucional de resposta, rebateram as acusações que lhe foram feitas por meio dos textos que seguem abaixo:

Carta da Belta à IstoÉ

A Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association), associação brasileira de educação internacional, quer, primeiramente, parabenizar a IstoÉ por se interessar por um assunto importante e por alertar sobre possíveis abusos de mão-de-obra estrangeira no exterior. No entanto, o foco da matéria virou-se a um programa respeitado e realizado por empresas sérias - o que, por esse motivo, gerou dezenas de pontos a serem esclarecidos, muitos deles por serem incorretos ou talvez mal apurados, na reportagem de capa "Intercâmbio escravo", publicada na edição no 1953, de 4 de abril de 2007. Acreditamos que é importante destacarmos as incorreções para que os leitores de IstoÉ tenham o maior número de informações possível e saibam escolher corretamente um bom programa de educação ou trabalho no exterior - é essa preocupação da Belta, aliás, que faz com que os programas de educação internacional sejam cada vez mais profissionais e, por isso, cada vez mais procurados.

A reportagem trata de um programa específico e trabalhado pela maioria das associadas Belta, o Work & Travel - que, ao contrário do exposto na reportagem, tem credibilidade e é levado a sério pelas operadoras no Brasil associadas à Belta - o que inclui as duas empresas retratadas na reportagem, Bex e Experimento. Todas prestam um serviço de prestígio internacional e sempre estão à disposição para esclarecer dúvidas e eventuais problemas que ocorram com seus estudantes em outro país. Bex e Experimento, inclusive, acompanharam todo o desenvolvimento do programa dos intercambistas, sempre dando suporte e apoio a eles. Toda a comunicação com os intercambistas foram feitas por telefone e por emails, que as empresas têm guardados e arquivados, e que comprovam o suporte prestado.

A mais grave leviandade da reportagem é o uso da expressão "trabalho escravo" para caracterizar um dos tipos de intercâmbio cultural. Expressão impressa na capa, no título da matéria e em diversas ocasiões durante o texto. É preciso ter mais responsabilidade antes de acusar empresas sérias de praticar algo tão deplorável quanto o trabalho escravo - ação que, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), caracteriza-se pelo "cerceamento real da liberdade de uma pessoa" - o que não houve em nenhum dos casos citados. Caracteriza-se, ainda, pelo endividamento: "impõe-se ao trabalhador uma dívida que ele não contraiu ou que ele não acordou". Nenhum dos estudantes ficou preso ao trabalho por dívidas contraídas, nem tiveram dívidas que fossem maiores do que o salário recebido, ou seja, nenhum deles ficou preso ao empregador. E todos assinaram contratos nos quais sabiam onde iriam trabalhar, o quanto iriam receber e que a acomodação seria de responsabilidade deles.

Apesar de ter sido escolhida uma expressão incorreta e sensacionalista para apresentar os casos desses estudantes, isso não invalida os supostos problemas ocorridos com eles. Por isso, os casos citados foram apurados pela Belta e se constatou que foram seguidos os itens acordados em contrato: não houve pagamento menor do que o previsto e em todos os casos as empresas no Brasil se disponibilizaram a resolver os problemas, mesmo quando eles não eram responsabilidade da operadora no Brasil, caso da acomodação.

Mas a reportagem de IstoÉ confunde, ainda, viagem de estudos com viagem de trabalho temporário e, pior, engloba todos os programas culturais no exterior no nome "intercâmbio", fazendo com que o leitor se confunda (ao invés de esclarecê-lo) e ampliando o erro no uso da expressão "trabalho escravo" a todos os tipos de viagens culturais - um bom exemplo é o último parágrafo, que cita o programa de high school, um dos mais tradicionais programas de educação internacional que em nada tem a ver com programas Work & Travel: para começar, é estritamente educacional. Ou o abre, quando diz que em 2006 pouco mais de 70 mil brasileiros deixaram o País em programas de intercâmbio, sem separar os tipos de programas.

Programas como o Work & Travel são uma oportunidade para jovens que não têm condições monetárias de pagar uma viagem ao exterior viajarem no período de suas férias universitárias. São programas estritamente de trabalho temporário. Não é - e a Belta trabalha para esclarecer isso diariamente - uma maneira de viajar para ganhar dinheiro, enriquecer ou ser uma alternativa ao trabalho no Brasil. No máximo, com o dinheiro recebido pelo trabalho, o estudante paga a viagem ou economiza para poder, depois do trabalho, viajar pelo país. Tampouco é uma viagem de estudos, ao contrário do que diz a chamada de capa: a carga horária do programa é uma carga horária de quem trabalha naquele país e não lhe é permitido estudar, pelo tipo de visto que lhe é concedido. Os estudantes que querem apenas estudar possuem uma variedade enorme de programas para fazê-lo, dependendo de suas intenções - e que ultrapassa os 10 citados na reportagem.

Gostaríamos, mais uma vez, de ressaltar a importância de levantar tal assunto - e de certificar que a Belta, junto com suas associadas, trabalha diariamente para que a qualidade dos programas culturais no exterior seja sempre respeitada tanto nacional quanto internacionalmente. De maneira alguma as empresas encorajam trabalho escravo ou a exploração de estudantes brasileiros no exterior. Não há vilões nem quadrilhas. E que casos como os expostos na reportagem devem ser apurados com a devida responsabilidade, transparência e sem sensacionalismos - assim como foi feito pela Belta.

Por fim, esclarecemos que a diretoria da Belta foi contatada durante a produção da reportagem, mas o que foi exposto aos autores da matéria não foi divulgado.




Carta da BEX à IstoÉ


Em virtude da matéria de capa publicada na última edição da revista IstoÉ que aborda a exploração de estudantes intercambistas em Programas de Trabalho nos EUA, a BEX vem esclarecer e se posicionar sobre os fatos citados, que ao meu ver não condiz com a realidade.

O programa Work and Travel tem como objetivo proporcionar aos universitários brasileiros a oportunidade de trabalho temporário, remunerado e legal nos Estados Unidos. Não se trata de um Intercâmbio Acadêmico e de estudo, como aparece na matéria, mas um tipo de Intercâmbio Cultural onde os brasileiros passam uma temporada nos Estados Unidos, trabalhando, recebendo salário justo e suficiente para seu próprio sustento no país. Esse tipo de programa é regulamentado pelo departamento de estado americano e o intercambista recebe o visto J-1 no consulado americano, que não permite ao intercambista estudar, somente trabalhar. Portanto, não faz sentido a reclamação de que os intercambistas não podiam estudar, pois seria até ilegal.

Outra contradição na matéria é o fato dos intercambistas terem reclamado que os serviços incluídos no programa de Work and Travel não foram devidamente prestados e que foi propaganda enganosa. Conforme contrato assinado pelos próprios intercambistas com a BEX, fazem parte do programa Work and Travel os seguintes serviços: Colocação do intercambista em vaga de trabalho; Emissão e envio da documentação específica para solicitação do visto J-1 (formulário DS 2019); Seguro de Saúde com cobertura para o período de trabalho; Orientação sobre solicitação de visto e reunião de orientação sobre o programa (onde são explicados os vários procedimentos a serem adotados pelos estudantes, inclusive em casos de dificuldades); Suporte da BEX e da organização de intercâmbio americana durante o período do programa. Todos estes itens previstos em contrato foram cumpridos pela BEX. Inclusive o salário recebido pelos intercambistas era de US$ 7,25 / hora, maior do que a média do salário mínimo americano que fica em torno de US$ 5,60 / hora.

No mesmo contrato, está claro que a acomodação não faz parte dos serviços incluídos no programa e que os custos são de inteira responsabilidade do intercambista. No caso dos intercambistas citados na matéria, que foram através da BEX, a acomodação foi oferecida pelo próprio empregador, mas não há nada previsto em contrato que os impossibilitasse de procurar outra opção de acomodação na cidade, caso não estivessem satisfeitos com as condições ou taxas da atual. Isto, inclusive, foi sugerido pela BEX aos intercambistas quando entraram em contato conosco, mas os mesmos decidiram continuar na mesma acomodação.

A BEX acompanhou todo o desenvolvimento do programa dos intercambistas, sempre dando suporte e apoio aos mesmos. Toda a comunicação feita com os intercambistas foram feitas por telefone e por emails, que a BEX tem devidamente guardados e arquivados, que comprovam o suporte prestado aos intercambistas.

A BEX é uma empresa séria, com mais de 14 anos de mercado, já tendo enviado mais de 15 mil estudantes e intercambistas ao exterior. A BEX é membro pleno da Associação Belta, cumprindo com todas as exigências e padrão de qualidade nos serviços oferecidos e foi eleita agência destaque no mês de agosto de 2006 pela revista internacional Language Travel Magazine, especializada em intercâmbio cultural.

Por fim, repelimos, veementemente, qualquer tipo de exploração indevida de trabalho. A forma como o repórter conduziu a matéria foi bastante imprudente. Pedimos à IstoÉ uma retratação pública, uma vez que o repórter não analisou devidamente todos os aspectos de como funciona este programa de intercâmbio em questão e, conseqüentemente, teve uma visão distorcida da realidade.




Carta da Experimento à IstoÉ

São Paulo, 3 de abril de 2007 - Em relação ao programa de trabalho remunerado nos Estados Unidos, a Experimento esclarece que suspendeu temporariamente o contrato com a Aspire WorldWide para apuração das supostas denúncias realizadas pela "Revista Isto É" sobre os casos dos jovens Mauricio Garcia Sore, Diego Critter Melhado, Guilherme F. Marques de Paiva e Rogerio Guimaraes Perissini.

A empresa declara que é a primeira vez que atua em parceria com a Aspire Worlwide, uma divisão da ASSE International Student Exchange Programs, multinacional fundada em 1930 pelo Ministério de Educação da Suécia. O critério da Experimento para a escolha da parceira internacional é a apresentação de autorização especial do Departamento de Estado Americano para a operação do programa Work & Travel. Além de autorizada, a Aspire tem sido desde então auditada pela entidade.

A Experimento é uma empresa com 43 anos de atuação em intercâmbio cultural no Brasil, e 75 anos de atuação no mundo, tendo sempre pautado seu trabalho pela seriedade, qualidade de atendimento e na exigência de profissionalismo por parte de seus parceiros no exterior. É membro da World Youth and Student Education WYSE Travel Confederation, da FEIL - Federation of the Experiment in International Living, ALTO - Association of Language Travel Organisations e IAPA - International Au Pair Association e BELTA - Brazilian Education and Language Travel Association.

A Experimento envia mais de 5.000 jovens e estudantes todos os anos para o exterior, tendo a recomendação de ex-participantes satisfeitos como a maior fonte de novos clientes. Histórico do caso

Em setembro de 2006, os jovens se inscreveram num programa de trabalho remunerado nos USA. Como empresa intermediadora, a Experimento providenciou serviços de teste de inglês e entrevista, ofereceu todo o suporte necessário para o preenchimento do Application form e efetuou orientação pré-embarque. Coube a organização internacional Aspire Worldwide a busca pela oferta de trabalho temporário nos Estados Unidos, a emissão do documento DS 2019 (necessário para solicitação do visto americano de trabalho/viagem), bem como o suporte aos intercambistas no exterior durante o programa.

A vaga de trabalho previamente escolhida pelos estudantes foi cancelada pelo empregador, e outra vaga foi oferecida aos mesmos ainda no Brasil, antes do embarque. Na ocasião, os estudantes aceitaram a oferta. Uma vez nos EUA, os estudantes solicitaram mudança da vaga, após trabalharem apenas por um dia.

Todos os esforços foram realizados com o objetivo de recolocar os participantes do programa em uma vaga que fosse do seu agrado. No início de janeiro de 2007, a Aspire WorldWide ofereceu mais uma opção de trabalho aos jovens os quais, no entanto, declinaram a oferta e manifestaram por escrito a intenção de sair do programa e permanecer no país em um trabalho escolhido por eles próprios. Conforme e-mail anexo, os participantes se mostraram satisfeitos com a solução tendo, inclusive, optado por permanecer na acomodação oferecida inicialmente.

Durante todo este processo, a Experimento não mediu esforços em atuar com a Aspire Worldwide para a solução das questões levantadas, bem como nunca deixou de prestar suporte e esclarecimento aos pais dos estudantes disponibilizando, inclusive, o telefone pessoal da gerência para contato em qualquer horário. Em nenhum momento a Experimento ou a Aspire WorldWide foram consultadas por advogados americanos ou brasileiros.

Roberto Caldeira, diretor comercial da Experimento, reforça que a empresa sempre foi rigorosa na escolha de seus parceiros internacionais. "O mais importante para nós é a satisfação dos nossos clientes. Foi com base nesse respeito ao consumidor e uma alta qualidade dos nossos produtos que nos tornamos uma das empresas líderes nesse segmento no País", afirma.

Por fim, causa profunda indignação o fato de a reportagem chegar à conclusão de que existe uma "quadrilha internacional que promove trabalho escravo" e ainda sugerir a participação da Experimento. Segundo a OIT - Organização Internacional do Trabalho - a definição de trabalho escravo é: "Quando falamos de trabalho escravo, falamos de um crime que cerceia a liberdade dos trabalhadores. Essa falta de liberdade se dá por meio de quatro fatores: apreensão de documentos, presença de guardas armados, por dívidas ilegalmente impostas ou pelas características geográficas do local, que impedem a fuga." A narrativa dos entrevistados passa longe desta situação.

A Experimento nunca se furtou e nunca se furtará a prestar auxílio e apoio a seus participantes, tanto no Brasil como no exterior, razão única e exclusiva de sua existência. Portanto repudiamos com veemência a conclusão da matéria de que houve trabalho escravo e de que a Experimento participaria de qualquer forma deste suposto esquema. Sobre a Experimento Intercâmbio Cultural.

A Experimento Intercâmbio Cultural atua há 43 anos no Brasil. Sua missão é ser uma organização especializada em intercâmbio cultural, referência de alto padrão de qualidade em atendimento, equipe, serviços e produtos competitivos que promovem experiências internacionais de aprendizado, formação e crescimento pessoal e profissional para jovens e estudantes. A escolha dos parceiros no exterior é criteriosa e inclui verificação sobre a autorização do governo americano para operação de programas de intercâmbio nos USA. Um dos programas oferecidos pela Experimento é o de trabalho remunerado no exterior para universitários. Além disso, também oferece cursos de idiomas, cursos de idiomas combinados com interesses específicos, Au Pair, High School (equivalente ao ensino Médio brasileiro) e programas de férias.