quarta-feira, 18 de abril de 2007

Belta, BEX e Experimento vs. IstoÉ

A matéria da IstoÉ trouxe muita repercussão entre os intercambistas e principalmente entre as agências citadas na matéria. Visando mostrar o "outro lado da moeda" essas agências e a BELTA (associação que reúne as principais e melhores agências de intercâmbio do país), usando do direito constitucional de resposta, rebateram as acusações que lhe foram feitas por meio dos textos que seguem abaixo:

Carta da Belta à IstoÉ

A Belta (Brazilian Educational & Language Travel Association), associação brasileira de educação internacional, quer, primeiramente, parabenizar a IstoÉ por se interessar por um assunto importante e por alertar sobre possíveis abusos de mão-de-obra estrangeira no exterior. No entanto, o foco da matéria virou-se a um programa respeitado e realizado por empresas sérias - o que, por esse motivo, gerou dezenas de pontos a serem esclarecidos, muitos deles por serem incorretos ou talvez mal apurados, na reportagem de capa "Intercâmbio escravo", publicada na edição no 1953, de 4 de abril de 2007. Acreditamos que é importante destacarmos as incorreções para que os leitores de IstoÉ tenham o maior número de informações possível e saibam escolher corretamente um bom programa de educação ou trabalho no exterior - é essa preocupação da Belta, aliás, que faz com que os programas de educação internacional sejam cada vez mais profissionais e, por isso, cada vez mais procurados.

A reportagem trata de um programa específico e trabalhado pela maioria das associadas Belta, o Work & Travel - que, ao contrário do exposto na reportagem, tem credibilidade e é levado a sério pelas operadoras no Brasil associadas à Belta - o que inclui as duas empresas retratadas na reportagem, Bex e Experimento. Todas prestam um serviço de prestígio internacional e sempre estão à disposição para esclarecer dúvidas e eventuais problemas que ocorram com seus estudantes em outro país. Bex e Experimento, inclusive, acompanharam todo o desenvolvimento do programa dos intercambistas, sempre dando suporte e apoio a eles. Toda a comunicação com os intercambistas foram feitas por telefone e por emails, que as empresas têm guardados e arquivados, e que comprovam o suporte prestado.

A mais grave leviandade da reportagem é o uso da expressão "trabalho escravo" para caracterizar um dos tipos de intercâmbio cultural. Expressão impressa na capa, no título da matéria e em diversas ocasiões durante o texto. É preciso ter mais responsabilidade antes de acusar empresas sérias de praticar algo tão deplorável quanto o trabalho escravo - ação que, segundo a OIT (Organização Internacional do Trabalho), caracteriza-se pelo "cerceamento real da liberdade de uma pessoa" - o que não houve em nenhum dos casos citados. Caracteriza-se, ainda, pelo endividamento: "impõe-se ao trabalhador uma dívida que ele não contraiu ou que ele não acordou". Nenhum dos estudantes ficou preso ao trabalho por dívidas contraídas, nem tiveram dívidas que fossem maiores do que o salário recebido, ou seja, nenhum deles ficou preso ao empregador. E todos assinaram contratos nos quais sabiam onde iriam trabalhar, o quanto iriam receber e que a acomodação seria de responsabilidade deles.

Apesar de ter sido escolhida uma expressão incorreta e sensacionalista para apresentar os casos desses estudantes, isso não invalida os supostos problemas ocorridos com eles. Por isso, os casos citados foram apurados pela Belta e se constatou que foram seguidos os itens acordados em contrato: não houve pagamento menor do que o previsto e em todos os casos as empresas no Brasil se disponibilizaram a resolver os problemas, mesmo quando eles não eram responsabilidade da operadora no Brasil, caso da acomodação.

Mas a reportagem de IstoÉ confunde, ainda, viagem de estudos com viagem de trabalho temporário e, pior, engloba todos os programas culturais no exterior no nome "intercâmbio", fazendo com que o leitor se confunda (ao invés de esclarecê-lo) e ampliando o erro no uso da expressão "trabalho escravo" a todos os tipos de viagens culturais - um bom exemplo é o último parágrafo, que cita o programa de high school, um dos mais tradicionais programas de educação internacional que em nada tem a ver com programas Work & Travel: para começar, é estritamente educacional. Ou o abre, quando diz que em 2006 pouco mais de 70 mil brasileiros deixaram o País em programas de intercâmbio, sem separar os tipos de programas.

Programas como o Work & Travel são uma oportunidade para jovens que não têm condições monetárias de pagar uma viagem ao exterior viajarem no período de suas férias universitárias. São programas estritamente de trabalho temporário. Não é - e a Belta trabalha para esclarecer isso diariamente - uma maneira de viajar para ganhar dinheiro, enriquecer ou ser uma alternativa ao trabalho no Brasil. No máximo, com o dinheiro recebido pelo trabalho, o estudante paga a viagem ou economiza para poder, depois do trabalho, viajar pelo país. Tampouco é uma viagem de estudos, ao contrário do que diz a chamada de capa: a carga horária do programa é uma carga horária de quem trabalha naquele país e não lhe é permitido estudar, pelo tipo de visto que lhe é concedido. Os estudantes que querem apenas estudar possuem uma variedade enorme de programas para fazê-lo, dependendo de suas intenções - e que ultrapassa os 10 citados na reportagem.

Gostaríamos, mais uma vez, de ressaltar a importância de levantar tal assunto - e de certificar que a Belta, junto com suas associadas, trabalha diariamente para que a qualidade dos programas culturais no exterior seja sempre respeitada tanto nacional quanto internacionalmente. De maneira alguma as empresas encorajam trabalho escravo ou a exploração de estudantes brasileiros no exterior. Não há vilões nem quadrilhas. E que casos como os expostos na reportagem devem ser apurados com a devida responsabilidade, transparência e sem sensacionalismos - assim como foi feito pela Belta.

Por fim, esclarecemos que a diretoria da Belta foi contatada durante a produção da reportagem, mas o que foi exposto aos autores da matéria não foi divulgado.




Carta da BEX à IstoÉ


Em virtude da matéria de capa publicada na última edição da revista IstoÉ que aborda a exploração de estudantes intercambistas em Programas de Trabalho nos EUA, a BEX vem esclarecer e se posicionar sobre os fatos citados, que ao meu ver não condiz com a realidade.

O programa Work and Travel tem como objetivo proporcionar aos universitários brasileiros a oportunidade de trabalho temporário, remunerado e legal nos Estados Unidos. Não se trata de um Intercâmbio Acadêmico e de estudo, como aparece na matéria, mas um tipo de Intercâmbio Cultural onde os brasileiros passam uma temporada nos Estados Unidos, trabalhando, recebendo salário justo e suficiente para seu próprio sustento no país. Esse tipo de programa é regulamentado pelo departamento de estado americano e o intercambista recebe o visto J-1 no consulado americano, que não permite ao intercambista estudar, somente trabalhar. Portanto, não faz sentido a reclamação de que os intercambistas não podiam estudar, pois seria até ilegal.

Outra contradição na matéria é o fato dos intercambistas terem reclamado que os serviços incluídos no programa de Work and Travel não foram devidamente prestados e que foi propaganda enganosa. Conforme contrato assinado pelos próprios intercambistas com a BEX, fazem parte do programa Work and Travel os seguintes serviços: Colocação do intercambista em vaga de trabalho; Emissão e envio da documentação específica para solicitação do visto J-1 (formulário DS 2019); Seguro de Saúde com cobertura para o período de trabalho; Orientação sobre solicitação de visto e reunião de orientação sobre o programa (onde são explicados os vários procedimentos a serem adotados pelos estudantes, inclusive em casos de dificuldades); Suporte da BEX e da organização de intercâmbio americana durante o período do programa. Todos estes itens previstos em contrato foram cumpridos pela BEX. Inclusive o salário recebido pelos intercambistas era de US$ 7,25 / hora, maior do que a média do salário mínimo americano que fica em torno de US$ 5,60 / hora.

No mesmo contrato, está claro que a acomodação não faz parte dos serviços incluídos no programa e que os custos são de inteira responsabilidade do intercambista. No caso dos intercambistas citados na matéria, que foram através da BEX, a acomodação foi oferecida pelo próprio empregador, mas não há nada previsto em contrato que os impossibilitasse de procurar outra opção de acomodação na cidade, caso não estivessem satisfeitos com as condições ou taxas da atual. Isto, inclusive, foi sugerido pela BEX aos intercambistas quando entraram em contato conosco, mas os mesmos decidiram continuar na mesma acomodação.

A BEX acompanhou todo o desenvolvimento do programa dos intercambistas, sempre dando suporte e apoio aos mesmos. Toda a comunicação feita com os intercambistas foram feitas por telefone e por emails, que a BEX tem devidamente guardados e arquivados, que comprovam o suporte prestado aos intercambistas.

A BEX é uma empresa séria, com mais de 14 anos de mercado, já tendo enviado mais de 15 mil estudantes e intercambistas ao exterior. A BEX é membro pleno da Associação Belta, cumprindo com todas as exigências e padrão de qualidade nos serviços oferecidos e foi eleita agência destaque no mês de agosto de 2006 pela revista internacional Language Travel Magazine, especializada em intercâmbio cultural.

Por fim, repelimos, veementemente, qualquer tipo de exploração indevida de trabalho. A forma como o repórter conduziu a matéria foi bastante imprudente. Pedimos à IstoÉ uma retratação pública, uma vez que o repórter não analisou devidamente todos os aspectos de como funciona este programa de intercâmbio em questão e, conseqüentemente, teve uma visão distorcida da realidade.




Carta da Experimento à IstoÉ

São Paulo, 3 de abril de 2007 - Em relação ao programa de trabalho remunerado nos Estados Unidos, a Experimento esclarece que suspendeu temporariamente o contrato com a Aspire WorldWide para apuração das supostas denúncias realizadas pela "Revista Isto É" sobre os casos dos jovens Mauricio Garcia Sore, Diego Critter Melhado, Guilherme F. Marques de Paiva e Rogerio Guimaraes Perissini.

A empresa declara que é a primeira vez que atua em parceria com a Aspire Worlwide, uma divisão da ASSE International Student Exchange Programs, multinacional fundada em 1930 pelo Ministério de Educação da Suécia. O critério da Experimento para a escolha da parceira internacional é a apresentação de autorização especial do Departamento de Estado Americano para a operação do programa Work & Travel. Além de autorizada, a Aspire tem sido desde então auditada pela entidade.

A Experimento é uma empresa com 43 anos de atuação em intercâmbio cultural no Brasil, e 75 anos de atuação no mundo, tendo sempre pautado seu trabalho pela seriedade, qualidade de atendimento e na exigência de profissionalismo por parte de seus parceiros no exterior. É membro da World Youth and Student Education WYSE Travel Confederation, da FEIL - Federation of the Experiment in International Living, ALTO - Association of Language Travel Organisations e IAPA - International Au Pair Association e BELTA - Brazilian Education and Language Travel Association.

A Experimento envia mais de 5.000 jovens e estudantes todos os anos para o exterior, tendo a recomendação de ex-participantes satisfeitos como a maior fonte de novos clientes. Histórico do caso

Em setembro de 2006, os jovens se inscreveram num programa de trabalho remunerado nos USA. Como empresa intermediadora, a Experimento providenciou serviços de teste de inglês e entrevista, ofereceu todo o suporte necessário para o preenchimento do Application form e efetuou orientação pré-embarque. Coube a organização internacional Aspire Worldwide a busca pela oferta de trabalho temporário nos Estados Unidos, a emissão do documento DS 2019 (necessário para solicitação do visto americano de trabalho/viagem), bem como o suporte aos intercambistas no exterior durante o programa.

A vaga de trabalho previamente escolhida pelos estudantes foi cancelada pelo empregador, e outra vaga foi oferecida aos mesmos ainda no Brasil, antes do embarque. Na ocasião, os estudantes aceitaram a oferta. Uma vez nos EUA, os estudantes solicitaram mudança da vaga, após trabalharem apenas por um dia.

Todos os esforços foram realizados com o objetivo de recolocar os participantes do programa em uma vaga que fosse do seu agrado. No início de janeiro de 2007, a Aspire WorldWide ofereceu mais uma opção de trabalho aos jovens os quais, no entanto, declinaram a oferta e manifestaram por escrito a intenção de sair do programa e permanecer no país em um trabalho escolhido por eles próprios. Conforme e-mail anexo, os participantes se mostraram satisfeitos com a solução tendo, inclusive, optado por permanecer na acomodação oferecida inicialmente.

Durante todo este processo, a Experimento não mediu esforços em atuar com a Aspire Worldwide para a solução das questões levantadas, bem como nunca deixou de prestar suporte e esclarecimento aos pais dos estudantes disponibilizando, inclusive, o telefone pessoal da gerência para contato em qualquer horário. Em nenhum momento a Experimento ou a Aspire WorldWide foram consultadas por advogados americanos ou brasileiros.

Roberto Caldeira, diretor comercial da Experimento, reforça que a empresa sempre foi rigorosa na escolha de seus parceiros internacionais. "O mais importante para nós é a satisfação dos nossos clientes. Foi com base nesse respeito ao consumidor e uma alta qualidade dos nossos produtos que nos tornamos uma das empresas líderes nesse segmento no País", afirma.

Por fim, causa profunda indignação o fato de a reportagem chegar à conclusão de que existe uma "quadrilha internacional que promove trabalho escravo" e ainda sugerir a participação da Experimento. Segundo a OIT - Organização Internacional do Trabalho - a definição de trabalho escravo é: "Quando falamos de trabalho escravo, falamos de um crime que cerceia a liberdade dos trabalhadores. Essa falta de liberdade se dá por meio de quatro fatores: apreensão de documentos, presença de guardas armados, por dívidas ilegalmente impostas ou pelas características geográficas do local, que impedem a fuga." A narrativa dos entrevistados passa longe desta situação.

A Experimento nunca se furtou e nunca se furtará a prestar auxílio e apoio a seus participantes, tanto no Brasil como no exterior, razão única e exclusiva de sua existência. Portanto repudiamos com veemência a conclusão da matéria de que houve trabalho escravo e de que a Experimento participaria de qualquer forma deste suposto esquema. Sobre a Experimento Intercâmbio Cultural.

A Experimento Intercâmbio Cultural atua há 43 anos no Brasil. Sua missão é ser uma organização especializada em intercâmbio cultural, referência de alto padrão de qualidade em atendimento, equipe, serviços e produtos competitivos que promovem experiências internacionais de aprendizado, formação e crescimento pessoal e profissional para jovens e estudantes. A escolha dos parceiros no exterior é criteriosa e inclui verificação sobre a autorização do governo americano para operação de programas de intercâmbio nos USA. Um dos programas oferecidos pela Experimento é o de trabalho remunerado no exterior para universitários. Além disso, também oferece cursos de idiomas, cursos de idiomas combinados com interesses específicos, Au Pair, High School (equivalente ao ensino Médio brasileiro) e programas de férias.





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